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Estudo africano encontra boa adesão à PrEP entre mulheres jovens

Análise realizada em seis países do continente africano, conduzida por Brenda Mirembe, da Universidade de Makerere, na cidade de Kampala, em Uganda, e outros pesquisadores, apontou níveis elevados de adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV entre mulheres jovens de 18 a 26 anos. Os resultados desse estudo foram apresentados na 31ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 3 a 6 de março, em Denver, nos Estados Unidos.

De agosto de 2022 a agosto de 2023, 3.342 mulheres jovens da África do Sul, Essuatini, Quênia, Malawi, Uganda e Zâmbia participaram da pesquisa. Dessas, 3.087 eram HIV negativas e, portanto, elegíveis para serem incluídas no estudo. A maioria (96%) relatou ter um parceiro sexual principal, cerca de 30% possuíam uma infecção sexualmente transmissível bacteriana, que foi devidamente tratada, e 13% informaram já ter usado a  PrEP pelo menos uma vez, anteriormente.

Foi constatada boa adesão à profilaxia durante o período de acompanhamento de seis meses. No total, 93% das participantes completaram as quatro visitas clínicas do estudo (no momento da inclusão, no primeiro, terceiro e sexto meses). Quase 90% receberam todas as recargas de PrEP disponíveis.

Nas visitas clínicas de um mês, três meses e seis meses, 60% das mulheres eram escolhidas aleatoriamente para realizar exames de urina a fim de verificar a quantidade de tenofovir existente em seus organismos. Esses testes indicaram elevada porcentagem de participantes com altas concentrações da substância: 72% no primeiro mês, 71% no terceiro e 67% no sexto.

Embora 62% tenham relatado efeitos adversos típicos da PrEP, como náuseas e dores de cabeça, a maioria afirmou que a profilaxia teve um impacto positivo em suas vidas. Cerca de 90% estavam menos preocupadas em adquirir o HIV e uma proporção semelhante sentia-se mais livre para fazer sexo. Quase todas (97%) concordaram que o medicamento ajudou a reduzir a ansiedade e 93% se disseram confortáveis para revelar o uso da PrEP a outras pessoas, embora 25% tenham sofrido pelo menos um incidente ao fazer a revelação.

Em relação aos principais desafios de adesão encontrados pela análise, destacam-se simplesmente esquecer de tomar a profilaxia (citado por 69% das participantes), não se lembrar de levar os comprimidos nas viagens (43%) e parar de tomar o medicamento por não se sentir mais em risco (40%).

Fonte: site da CROI, de 3 de março de 2024.

(https://www.croiconference.org/abstract/high-prep-uptake-and-adherence-measured-objectively-among-young-african-women-in-the-insight-cohort/)