PrEP, HSH e trans

Mulheres transgênero apresentam maior adesão à PrEP que as cisgênero em estudo francês

Liderado por Tetiana Melnyk, do Hospital Universitário Saint-Antoine, em Paris, na França, um estudo concluiu que a maioria das mulheres que mantiveram uma adesão perfeita à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV eram transgênero, uma vez que as mulheres cisgênero foram mais propensas a descontinuar o medicamento após alguns meses. A pesquisa foi publicada, em 20 de outubro de 2023, no site da NATAP.

De abril de 2017 a abril de 2023, 161 mulheres residentes na França foram selecionadas para ingressar no estudo visando iniciar o uso da PrEP. No total, 97 participantes eram trans e 64 cis. Cento e vinte cinco nasceram em países da América do Sul, 28 na França ou em outros lugares da Europa e oito na África Subsaariana. A média de idade das voluntárias era de 32 anos.

Durante o período de acompanhamento, 90 das 161 participantes descontinuaram a PrEP. Na análise multivariada, as mulheres trans tiveram 64% menos probabilidade de interromper o uso do medicamento do que as mulheres cis. Em contrapartida, as voluntárias da África Subsaariana, independentemente de serem trans ou cis, apresentaram 40% mais chances de descontinuar a profilaxia.

Os principais motivos alegados para permanecer usando a PrEP durante o estudo foram a prática de chemsex (sexo sob efeito de substâncias químicas), sexo sem preservativo e sexo com um parceiro com status de HIV desconhecido. Ter adquirido pelo menos uma infecção sexualmente transmissível nos 12 meses anteriores ao início da profilaxia também foi uma razão citada pelas participantes.

Entre as mulheres cis, metade das que iniciaram a PrEP interrompeu o uso antes do quinto mês , enquanto quase 20% levaram até 20 meses para fazê-lo. No final da análise, apenas 16% permaneciam com adesão perfeita à profilaxia.

Segundo os autores, o estudo sugere que a maioria das mulheres trans, especialmente as procedentes da América do Sul, consideram a PrEP uma importante ferramenta de prevenção ao HIV. Eles afirmam que é fundamental a implementação de novas campanhas de conscientização para a população local, em especial para as mulheres cis.

Fonte: site da NATAP, de 20 de outubro de 2023.

(https://www.natap.org/2023/EACS/EACS_108.htm)