Estudo holandês comprova eficácia da TARV injetável de longa duração
Conduzido por Annemarie Wensing, da Universidade de Ultrech, na Holanda, um estudo local apontou que as pessoas que viviam com HIV e mudaram a terapia antirretroviral (TARV) tradicional com comprimidos para um tratamento injetável de longa duração com cabotegravir e rilpivirina não apresentaram uma taxa elevada de falha virológica. A pesquisa foi publicada, em 26 de outubro de 2023, no site do Aidsmap.
De maio de 2022 a junho de 2023, o estudo recrutou 619 pessoas que mudaram suas terapias originais para o tratamento injetável de longa duração com cabotegravir e rilpivirina. Todos os participantes que não tivessem um histórico de falha virológica (carga viral acima de 200 cópias/ml) antes da troca eram elegíveis para a análise.
Para avaliar o risco de falha virológica durante o tratamento, cada voluntário que trocou a TARV original para o tratamento injetável de longa duração com cabotegravir e rilpivirina (grupo de troca) foi comparado com duas pessoas que não mudaram de terapia (grupo de controle). No total, 53% dos indivíduos do grupo de controle tomavam um inibidor da integrase, 27% um inibidor não nucleosídeo da transcriptase, 5% um inibidor da protease e 15% usavam um regime de dois medicamentos.
A média de idade dos participantes foi de 45 anos. Quase 90% eram do sexo masculino, com 76% de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. O tempo médio de TARV era de 8,7 anos. As pessoas do grupo de troca eram frequentemente mais obesas, com índice de massa corporal (IMC) médio superior a 30 kg/m².
Entre os voluntários do grupo de troca, mais de 90% compareceram a pelo menos uma visita clínica durante o período de acompanhamento de 0,7 anos. Apenas 9% interromperam o tratamento injetável no decorrer do estudo.
Não houve diferenças significativas na taxa de falha virológica entre as pessoas do grupo de troca (0,9%) e do grupo de controle (1,2%). Três participantes do grupo de troca que apresentaram recuperação viral tiveram a carga viral posteriormente reprimida sem a necessidade de alteração do tratamento.
De acordo com os autores, em ambos os grupos, a falha virológica aconteceu mais rapidamente em pacientes com elevado IMC. Para resolver essa questão, recomendam que em futuras análises sejam realizados testes de concentração de medicamentos durante os primeiros meses de tratamento.
Fonte: site do Aidsmap, de 26 de outubro de 2023.