O Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde lançou, no mês de outubro, a edição 2023 do Boletim Epidemiológico de HIV e Aids. O documento, publicado anualmente, detalha a epidemia no Brasil e apresenta, também, informações sobre os casos de HIV em gestantes/parturientes e puérperas, além de crianças expostas ao risco de transmissão vertical e infecção pelo vírus.

As fontes utilizadas para a obtenção dos dados incluem as notificações compulsórias dos casos de HIV no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e os registros de óbitos atribuídos à aids no Sistema de Informação sobre Mortalidade, além dos dados do Sistema de Controle de Exames Laboratoriais e do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos. É importante ressaltar que algumas variáveis, como a categoria de exposição, são analisadas exclusivamente com dados do Sinan, devido à ausência dessas informações em outros sistemas.

No Brasil, de 1980 a junho de 2023, foram detectados 1.124.063 casos de aids. A taxa de detecção apresentou um decréscimo 20,8% no ano passado, passando de 216 casos/100 mil habitantes em 2012 para 171 em 2022. No mesmo período, observa-se que essa redução foi mais expressiva no sexo feminino (37,8%) em comparação com o masculino (10,8%). Em 2022, foram registrados 36.753 casos de aids. A razão de sexos, expressa pela relação entre o número de casos em homens e mulheres, foi de 25 homens para cada dez mulheres. Em relação ao HIV, de 2007 a junho de 2023, foram 498.594 casos registrados, sendo 43.403 novos diagnósticos em 2022.

De 2012 a 2022, um total de 52.415 jovens, de 15 a 24 anos, de ambos os sexos, evoluíram para aids, mostrando a gravidade do desenvolvimento da doença nessa faixa etária e a necessidade de se empregar esforços para a vinculação aos serviços de saúde e adesão à terapia antirretroviral (TARV). Em 2022, a razão de sexos entre jovens foi de 28 homens para cada dez mulheres. A taxa de detecção de aids  em crianças menores de cinco anos declinou 55,9%, passando de 3,4 casos/100 mil habitantes para 1,5 na comparação entre os anos de 2012 e 2022.

No período de 2020 a junho de 2023 foram notificados no país 158.429 casos de gestantes/parturientes/puérperas vivendo com HIV, com uma taxa de detecção de 31 gestantes/1.000 bebês nascidos vivos. Essa taxa tem se mantido estável desde 2018, sem grandes oscilações registradas durante o período da pandemia de Covid-19.

O Ministério da Saúde espera que as informações contidas no boletim possam contribuir para o controle do HIV/aids no Brasil. O documento deve, também, fornecer subsídios a tomadas de decisões de governos nas esferas federal, estadual e municipal.