Doença hepática gordurosa não alcoólica eleva o risco cardiovascular em pessoas com HIV
Pessoas com HIV que sofrem de doença hepática gordurosa não alcoólica apresentam um risco aumentado de desenvolver problemas cardiovasculares graves, incluindo ataque cardíaco e insuficiência cardíaca, em comparação com pessoas que vivem com o vírus mas não têm a doença. Essa foi a principal conclusão de um estudo, liderado por Arunkumar Krishnan, da Universidade de West Virginia, em Morgantown, nos Estados Unidos. A análise foi publicada, em 29 de agosto de 2023, na revista AIDS.
De 2008 a 2020 , a análise identificou 4.969 estadunidenses com doença hepática gordurosa não alcoólica em uma população de 371.240 pessoas que viviam com HIV. Os inscritos no estudo tinham média de idade de 42 anos, 60% eram do sexo masculino, 55% brancos, índice de massa corporal (IMC) médio de 29 kg/m², 12% tinham diabetes, 16% sofriam de hipertensão arterial, tendo recebido acompanhamento por, em média, 4,8 anos.
Foram comparados os riscos de quatro desfechos cardiovasculares entre pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica e em pessoas sem a doença. Participantes com a doença apresentaram um risco aumentado de infarto do miocárdio/ataque cardíaco (111 eventos, taxa de risco aumentada em 1,49 vezes); de problema cardiovascular grave, com necessidade de intervenção cirúrgica (298 eventos, taxa de risco aumentada em 1,59 vezes); de insuficiência cardíaca (188 eventos, taxa de risco aumentada em 1,78 vezes); e de quaisquer outros problemas cardiovasculares (294 eventos, taxa de risco aumentada em 1,25 vezes).
A análise de sobrevivência de Kaplan-Meier foi aplicada pelos pesquisadores e mostrou que os pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica tiveram uma probabilidade consideravelmente maior de óbito. Essa conclusão incluiu, também, os participantes sem nenhum dos desfechos cardiovasculares analisados durante o período de acompanhamento.
Os autores afirmam que são necessários mais estudos para avaliar as intervenções farmacológicas e não farmacológicas que podem reduzir a prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica e seus riscos cardiovasculares em pessoas que vivem com HIV.
Fonte: site da revista AIDS, de 29 de agosto de 2023.