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Estudo descreve primeira infecção pelo HIV registrada em usuários de CAB-LA

Análise conduzida por Aniruddha Hazia, da Universidade de Chicago, em Illinois, nos Estados Unidos, descreveu o primeiro caso de infecção pelo HIV entre usuários da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, na modalidade injetável de longa duração, baseada no cabotegravir (CAB-LA). A pesquisa foi publicada, em 5 de setembro de 2023, na revista on-line Medscape.

Os pesquisadores revisaram dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos a fim de avaliar detalhes da administração do CAB-LA em usuários da profilaxia. Imunoensaios de combinação de quarta geração e testes de PCR quantitativos eram realizados em todas as visitas clínicas para aplicações de injeções.

Uma pessoa, de 28 anos, identificada como homem cisgênero, teve um diagnóstico positivo para o HIV 91 dias após a transição da PrEP oral diária, baseada no tenofovir alafenamida emtricitabina (TAF/FTC), para o CAB-LA injetável. Durante a transição, o paciente apresentou adesão perfeita ao medicamento e reportou sexo anal receptivo sem preservativo com parceiros múltiplos e, em especial, com um parceiro principal que vivia com HIV.

De acordo com os autores, esse é o primeiro caso de falha da PrEP baseada no CAB-LA fora do contexto de um ensaio clínico. Eles destacam a possibilidade de futuros diagnósticos positivos em virtude de infecções inovadoras causadas pela síndrome de LEVI, que é caracterizada por viremia (presença de vírus no sangue circulante) de baixo nível, sintomas mínimos e reatividade retardada ou intermitente ao teste de HIV.

Deve-se ressaltar que o momento de início da proteção com CAB-LA (isto é, o tempo após a injeção em que a proteção estaria plena no organismo) permanece desconhecido. Portanto, a transição da PrEP oral diária para a PrEP com CAB-LA sem sobreposição das duas metodologias pode  representar um período de vulnerabilidade, o que também pode ocorrer entre a primeira e a segunda injeções de CAB-LA, visto que alguns indivíduos apresentam concentrações plasmáticas mínimas de cabotegravir após a primeira injeção. No entanto, ressaltam que as atuais orientações do CDC não contemplam formalmente qualquer sobreposição durante a transição do medicamento oral para o injetável. Os autores apontam a possibilidade de um maior aprofundamento da discussão em relação ao período de sobreposição.

Fonte: site da revista Medscape, de 5 de setembro de 2023.

(https://www.medscape.com/s/viewarticle/995609)