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Casos de câncer anal diminuem entre HSH que vivem com HIV na Holanda

O câncer anal está sendo diagnosticado com menor frequência em gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) holandeses que vivem com HIV, desde 2013, mas as taxas de diagnósticos quase não mudaram em outros grupos de pessoas que também vivem com o vírus. Esse é o principal resultado de estudo publicado em 11 de janeiro de 2023, na revista The Lancet HIV, conduzido por Ramon van der Zeer, da Universidade de Amsterdã, na Holanda.

Foi analisada a incidência de câncer anal em 28.175 participantes que viviam com HIV, de 1996 a 2020 – a triagem e o tratamento de lesões pré-cancerosas anais começaram a ser realizadas no país em 2007, nas clínicas especializadas no tratamento do vírus.

O ensaio comparou a incidência de câncer anal em diferentes categorias de exposição ao HIV. Cinquenta e nove por cento dos voluntários eram HSH, 18% mulheres e 21% homens que não faziam sexo com outros homens.

Durante o período de acompanhamento, foram diagnosticados 227 casos desse tipo de câncer: 70% em HSH, 14% em mulheres e 16% em homens que não faziam sexo com outros homens. A taxa de incidência em HSH diminuiu quase 40% entre 2013 e 2020 em comparação com o período compreendido entre 2005 e 2012. Nos outros dois grupos, as taxas de incidência permaneceram praticamente inalteradas.

Cerca de 38% das pessoas diagnosticadas com câncer anal morreram em até cinco anos após o diagnóstico. As mulheres apresentavam tumores mais avançados no momento da descoberta da doença e tinham um risco de morte quatro vezes maior quando comparadas aos homens.

Os autores afirmam que o melhor método de prevenção do câncer anal é a vacinação contra o papilomavírus humano.

No Brasil, a vacina do HPV é recomendada para meninas e meninos de 9 a 14 anos (https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/anexo-calendario-de-vacinacao-do-adolescente_atualizado_-final-20-09-2022-copia.pdf) e para as pessoas que vivem com HIV até 45 anos de idade, estando disponível gratuitamente no SUS.

Fonte: site de revista The Lancet HIV, de 11 de janeiro de 2023.

(https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(22)00368-X/fulltext)