Uso de antibiótico 72 horas após o sexo pode prevenir IST
O número de infecções sexualmente transmissíveis (IST) vem aumentando de forma consistente nos últimos anos em vários países do mundo, incluindo o Brasil. Por isso, diversos ensaios científicos sobre o tema estão sendo desenvolvidos e um estudo atual, conduzido por Jenell Stewart, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, tem ganhando destaque junto à comunidade científica. A análise sugere que a doxiciclina, um antibiótico utilizado no tratamento da pneumonia, pode reduzir consideravelmente o risco de infecções bacterianas, como sífilis, clamídia e gonorreia.
O estudo testou, inicialmente, o medicamento em gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero, público responsável por mais de 40% dos casos de IST nos Estados Unidos. Em seguida, as mulheres cisgênero também foram incluídas. Os participantes receberam um suprimento do antibiótico e foram instruídos a tomar dois comprimidos três dias após a situação do sexo sem preservativo.
A estratégia se mostrou exitosa entre os HSH e as mulheres transgênero, com a redução do número de casos de IST nessas populações. Contudo, a mesma eficácia não foi observada entre as mulheres cisgênero.
Stewart e equipe apoiaram a análise atual em uma pesquisa anterior, realizada em 2017, que mostrou que a doxiciclina podia diminuir drasticamente as taxas de IST. O ensaio apontou uma redução de mais de 80% nas infecções por sífilis e clamídia e de cerca de 55% nos casos de gonorreia.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos ainda não recomenda o medicamento como profilaxia pós-exposição (PEP) para IST, mas com base nas novas evidências, algumas cidades, como São Francisco, já oferecem o antibiótico para aqueles com risco aumentado de infecções bacterianas.
Fonte: site do jornal O Globo, de 14 de março de 2023.