HIV, IST e Outros

Mudar de TAF para TDF pode interromper ganho de peso e aumento de lipídios

A mudança de tenofovir alafenamida (TAF) para a versão mais antiga do medicamento, o fumarato de tenofovir desoproxila (TDF), entre pessoas que vivem com HIV e realizam a terapia antirretroviral (TARV), está associada à perda ou estabilização do peso corporal e reduções dos níveis lipídicos, informa estudo finlandês liderado por Kai Kauppinen, do Hospital Universitário de Helsinque, na Finlândia. A análise foi publicada, em 23 de dezembro de 2022, na revista AIDS.

Os pesquisadores relataram o impacto da mudança de TAF para TDF em 146 pessoas que foram pareadas por sexo, idade e classe antirretroviral com outros 146 indivíduos que continuaram tomando TAF (grupo de controle). Durante o ensaio, realizado de 2017 a 2020, os participantes tomaram TAF por uma média de 76 semanas no grupo de troca e por 43 semanas no grupo de controle.

A população do estudo era predominantemente masculina (79%), branca (90%) e tinha um peso corporal médio de 82 kg. Aproximadamente 20% dos voluntários de ambos os grupos também faziam uso de medicamentos hipolipemiantes (que controlam os níveis de colesterol).

No início do estudo, os níveis basais de lipídios ficaram estabilizados nos dois grupos. Contudo, no final do primeiro ano da análise, esses índices passaram a ser significativamente menores no grupo de troca em comparação com o braço de controle.

A pesquisa constatou, ainda, que o peso corporal permaneceu estável ou diminuiu lentamente após o período de dois anos em pessoas que mudaram de TAF para TDF, mas aumentou e forma consistente (mais de 1,5 kg, em média) entre os participantes que permaneceram em TAF. Os escores de risco cardiovascular diminuíram ligeiramente no grupo de troca (- 0,3%) e aumentaram de forma irrelevante no braço de controle, após 24 meses de acompanhamento.

“A principal mensagem desse estudo é que o TAF parece ser ‘neutro metabólico’ enquanto o TDF pode exibir algum pequeno ‘benefício metabólico’”, sustentam os autores. Eles defendem que os médicos devam adaptar a TARV de acordo com a saúde metabólica de cada paciente.

Fonte: site da revista AIDS, de 23 de dezembro, de 2022.

(https://journals.lww.com/aidsonline/Fulltext/2022/08010/Switching_from_tenofovir_alafenamide_to_tenofovir.2.aspx)