Pessoas com HIV indetectável e pessoas sem o vírus têm quase o mesmo tempo de vida saudável na África do Sul
As pessoas com HIV que atingem a supressão viral com a terapia antirretroviral (TARV) têm uma expectativa de vida e uma expectativa de vida saudável semelhantes às das pessoas HIV negativas na África do Sul. Elas também apresentam uma chance maior de ter uma vida mais longa e saudável do que as pessoas que não alcançam a supressão viral durante o tratamento. Essas foram as descobertas de um estudo, liderado por Collin Payne, da Universidade Nacional da Austrália, publicado, em 1 de outubro, na revista The Lancet.
No total, 4.322 indivíduos foram elegíveis para a análise. Cinquenta e quatro por cento eram mulheres. De toda a coorte, 23% viviam com HIV. Em média, os participantes que viviam com HIV eram mais jovens e ligeiramente menos propensos a relatar problemas de saúde do que aqueles soronegativos. Dos entrevistados que viviam com HIV, 59% apresentavam supressão viral.
A pesquisa concluiu que um homem HIV negativo de 45 anos tende a viver até os 72, o que significa quase sete anos a mais do que a expectativa de vida de um homem que vive com HIV. No entanto, a análise da supressão viral revelou que um homem com carga viral suprimida, também de 45 anos, pode chegar aos 69, apenas três a menos do que o esperado para um homem soronegativo.
Já entre as mulheres, uma participante de 45 anos e carga viral suprimida tende a chegar aos 77. Isso representa somente um ano a menos do que a expectativa de vida de uma mulher HIV negativa.
Voltando-se para as estimativas de vida saudável, os pesquisadores encontraram os seguintes dados: um homem de 45 anos com carga viral suprimida pode chegar aos 66 sem relatar problemas de saúde mais complexos. Essa mesma expectativa gira em torno dos 60 anos para um homem sem supressão viral. As mesmas tendências foram observadas para as mulheres.
“Esses resultados destacam os enormes benefícios da TARV para a saúde da população em contextos de alta prevalência de HIV. Reforçamos a necessidade do trabalho contínuo a fim tornar o tratamento mais acessível para as pessoas em fase de envelhecimento”, concluem os autores.
Fonte: site da revista The Lancet, de 1◦ de outubro de 2022.
(https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(22)00198-9/fulltext)