No estudo IMPACT, usuários de PrEP apresentaram 87% menos infecções pelo HIV do que não usuários
Resultados do estudo IMPACT, apresentados na 18º Conferência Europeia de Aids (EACS 2021), entre 27 e 30 de outubro, em Londres, trouxeram luz acerca do uso e da eficácia da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na Inglaterra. Em destaque, a informação de que homens gays,bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) inscritos no IMPACT tinham 87% menos infecções pelo HIV em comparação com um grupo de não usuários da profilaxia (gays cis e bissexuais) em clínicas de saúde sexual inglesas.
Durante a conferência, Ann Sullivan, investigadora chefe do IMPACT, afirmou que os objetivos científicos do estudo incluíam medir as mudanças ao longo do tempo nas infecções por HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) dos participantes. Os resultados apresentados referiram-se a desde o início do IMPACT, em março de 2016, até 29 de fevereiro de 2020, com acompanhamento de 17.770 HSH, com idade média de 33 anos, a maioria de etnia branca – apenas 3% eram negros (africanos ou caribenhos) e 5% asiáticos.
Somente 11 participantes do IMPACT (0,06%) foram diagnosticados com HIV no início do estudo. Durante a sua realização, aconteceram 25 novos diagnósticos, sem sugestão de falha biológica. O número de diagnósticos traduziu-se, entre os HSH, em uma incidência anual de 0,13%. No grupo de comparação dos 97.908 não usuários de PrEP, houve 670 diagnósticos de HIV durante o mesmo período. O estudo aponta que, se todos os participantes no grupo de comparação tivessem tomado a profilaxia, 583 das 670 infecções poderiam ter sido evitadas.
Os participantes do IMPACT apresentaram taxas mais altas de IST bacterianas (clamídia, gonorreia e sífilis), mas as taxas foram altas em ambos os grupos. Mais da metade dos participantes do IMPACT (51%) não foram diagnosticados com uma IST enquanto estavam no estudo. Por outro lado, 21% foram diagnosticados com entre duas e quatro IST e 5% com cinco ou mais. Essas infecçõeseram mais comuns em homens mais jovens.
Para Ann Sullivan, “O uso de PrEP reduziu substancialmente a incidência de HIV em HSH atendidos em clínicas de saúde sexual na Inglaterra. Por outro lado, o estudo indicou que os marcadores de maior risco não conseguiram identificar 29% dos não usuários da PrEP que poderiam se beneficiar do seu uso: “Esses marcadores precisam ser desenvolvidos para identificar melhor os candidatos à profilaxia”.
Outra conclusão do IMPACT aponta que, em razão de 1/4 dos usuários de PrEP terem sido diagnosticados com IST, há a necessidade de um acompanhamento frequente e da implementação de outras intervenções para controle.
Fonte: Aids Map de 28 de outubro de 2021
https://www.aidsmap.com/news/oct-2021/first-efficacy-results-englands-prep-impact-trial
Referências:
https://eacs2021.abstractserver.com/program/#/details/presentations/381