HIV, IST e Outros

Retrato da terapia antirretroviral em crianças com menos de 3 anos de idade na África Subsaariana

A proporção de crianças com menos de 3 anos de idade que iniciam a terapia antirretroviral (TARV) na África Subsaariana dobrou de 5% para 10% entre 2006 e 2017, enquanto as taxas de mortalidade caíram mais de 50% no mesmo período. Esse foi o resultado de um estudo com mais de 32 mil crianças vivendo com HIV, em 16 países da região, liderado por Victoria Iyun, da International Epidemiology Databases to Evaluate AIDS (IeDEA) e publicado na revistaThe Lancet HIV, em abril de 2021.

Das 32.221 crianças vivendo com HIV e recebendo a TARV que participaram do estudo, pouco mais da metade era do sexo feminino e a maioria (75%) vivia em locais urbanos ou semiurbanos.A idade média no início da terapia antirretrovial permaneceu estável em 20,4 meses entre 2006 e 2010, caindo para 19,2 meses entre 2014 e 2017. Essa média foi mais baixa nos países de renda mais alta, com 12,2 meses, em comparação com 24, 2 meses dos países de renda mais baixa e 22,6 meses dos países de renda média.

A maioria das crianças que começaram o TARV com menos de três anos de idade estava na África do Sul, único país de renda alta da região em que mais de 80% do diagnóstico precoce e o tratamento universal foram alcançados. A imunossupressão severa nas crianças diminuiu ao longo do tempo, mas ainda permaneceu alta: 75% entre 2006 e 2010 e 55% entre 2014 e 2017.

As taxas de mortalidade para crianças em uso da terapia antirretroviral diminuíram de 6,5%  entre 2006 e 2010 para 2,9% entre 2014 e 2017. O risco de mortalidade variou de acordo com o grupo de renda em que cada país estava inserido. As crianças dos países de renda alta ou média tiveram menor risco de morte em comparação com as crianças dos países de baixa renda.

Os autores concluíram que para resultados ainda melhores serão necessários a criação de programas de monitoramento nutricional e a incorporação de novas pesquisas operacionaispara a melhoria contínua das intervenções.

Fonte: site do Aidsmap, de 13 de maio de 2021.

(https://www.aidsmap.com/news/may-2021/one-five-children-art-still-lost-follow-while-disparities-between-low-and-middle)

Link para o estudo: https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(21)00004-7/fulltext