Estudo indica que, em sete grandes cidades dos EUA, quatro em cada dez mulheres trans vivem com HIV
O Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA divulgou, em abril de 2021, um relatório com resultados de estudo, realizado de 2019 até o início de 2020, que apontou que quatro em cada dez mulheres trans desete grandes cidades americanas (Atlanta, Los Angeles, Nova Orleans, Nova York, Filadélfia, São Francisco e Seattle), ou seja, 42% das 1.608 participantes, vivem com HIV.
O estudo, considerado pelo próprio CDC como uma das pesquisas mais abrangentes de mulheres trans nos Estados Unidos, descobriu que 62% das mulheres trans negras, 35% das mulheres trans hispânicas/latinas e17% das mulheres trans brancas testaram positivo para o HIV.
Quase dois terços das entrevistadas relataram viver no nível de pobreza ou abaixo dele e 17% não tinham seguro saúde. Mais de 4 em cada 10 ficaram sem-teto somente em 2020 e 17% estiveram na prisão. Um total de 34% das participantes relatou ter se envolvido com trabalho sexual.
Demetre Daskalakis, diretor da Divisão de Prevenção de HIV/Aids do CDC, disse em um comunicado que diminuir o número de mulheres trans com HIV nessas cidades exigirá “soluções inovadoras e abrangentes, independentemente de status”, além de um engajamento contínuo. “Esses dados fornecem uma imagem clara e convincente da grave taxa do HIV entre mulheres trans e os fatores sociais e econômicos, incluindo racismo sistêmico e transfobia, que estão contribuindo para esse fardo inaceitável”, relatou Daskalakis.
O estudo informou que 32% dasparticipantes HIV negativo usavam a profilaxia pré-exposição (PrEP). O CDC citou estudos anteriores que concluíram que muitas mulheres trans não usam a PrEP por diferentes razões, incluindo desconfiança médica, falta de marketing inclusivo para pessoas transe preocupações sobre como o uso da profilaxia pode interagir com os hormônios,visto que 67% das mulheres trans, na pesquisa do CDC, relataram fazer uso da terapia hormonal para sua afirmação de gênero.
Fonte: THE HILL
Relatório CDC: