Panorama acerca de potenciais usuários de PrEP injetável no Malauí
A profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na modalidade injetável de longa duração, baseada no cabotegravir (CAB-LA), tem o potencial de reduzir a incidência do HIV e pode ser uma alternativa à PrEP oral diária. Estudo liderado por Gursimpan Kaur, do Instituto Ipsos, em Londres, no Reino Unido, e outros pesquisadores, buscou investigar os principais facilitadores e barreiras ao uso do CAB-LA entre as populações-chave do Malauí. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 5ª Conferência de Pesquisa em Prevenção do HIV (HIVR4P 2024), realizada, de 6 a 10 de outubro, em Lima, no Peru.
Os investigadores realizaram, de setembro de 2023 a junho de 2024, pesquisas transversais com participantes recrutados em clínicas e centros de saúde do Malauí. Os critérios de elegibilidade eram ser HIV negativo e pertencer a uma das seguintes populações: meninas adolescentes/jovens mulheres, mulheres profissionais do sexo, gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), homens heterossexuais com risco aumentado de infecção pelo HIV e mulheres transgênero.
Um total de 550 entrevistas foram conduzidas e os voluntários acabaram separados em quatro grupos: grupo 1 (20% dos participantes), composto por meninas adolescentes/jovens mulheres e mulheres profissionais do sexo com pouco ou nenhum conhecimento anterior sobre a PrEP; grupo 2 (32% dos participantes), formado por meninas adolescentes/jovens mulheres e mulheres profissionais do sexo experientes em PrEP, mas que descontinuaram o medicamento por experiências clínicas negativas ou efeitos adversos; grupo 3 (31% dos participantes), composto por HSH e mulheres profissionais do sexo usuários de PrEP; e grupo 4 (17% dos participantes), formado por homens heterossexuais com risco aumentado de infecção pelo HIV e mulheres transgênero usuários moderados de PrEP, que enfrentam barreiras relacionadas ao estigma.
A disponibilidade de usar a PrEP injetável foi considerada alta em todos os grupos, mas significativamente maior nos grupos 3 e 4. Os facilitadores e as barreiras diferiram de acordo com cada grupo, mas todos citaram a sensação de controle da própria saúde como um fator motivador e o estigma e o medo de efeitos adversos como barreiras.
Segundo os autores, os participantes do estudo demonstraram alto interesse na profilaxia, especialmente na modalidade injetável. Eles afirmam que novas pesquisas são necessárias para que intervenções personalizadas, focadas nas características específicas de cada população-chave, possam ser realizadas com maior eficiência.
Fonte: site da HIVR4P 2024, de 7 de outubro de 2024.
(https://programme2024.hivr4p.org/Abstract/Abstract/?abstractid=1365)