Uso da PrEP e de preservativos entre gestantes sul-africanas
Estudo conduzido por Kalisha Bheemraj, da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e outros pesquisadores, teve como principal objetivo examinar a relação entre o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na modalidade oral diária e de preservativos entre gestantes e mulheres no período pós-parto sul-africanas. A análise foi apresentada, em forma de pôster, na 5ª Conferência de Pesquisa em Prevenção do HIV (HIVR4P 2024), realizada, de 6 a 10 de outubro, em Lima, Peru.
De agosto de 2019 a outubro de 2021, os investigadores ofereceram PrEP oral e aconselhamento sobre os riscos do HIV para 1.195 mulheres grávidas, HIV negativas, maiores de 15 anos, que frequentavam hospitais e postos de saúde da Cidade do Cabo. Informações sobre comportamento sexual e uso da profilaxia foram coletadas durante as visitas trimestrais de acompanhamento.
No momento da inclusão no estudo, a média de idade das participantes era de 26 anos e a média de idade gestacional, de 21 semanas. Quase três quartos das voluntárias (73%) relataram sexo sem preservativo nos três meses anteriores à pesquisa e 84% aceitaram iniciar a PrEP de forma imediata.
A partir do sexto mês de gravidez, um número menor (25%) de gestantes reportou sexo sem preservativo. Nesse período, aquelas que disseram praticar sexo sem preservativo apresentaram 53% menos probabilidade de usar a PrEP, em comparação com as gestantes que informaram utilizar o preservativo de forma consistente.
Na primeira visita pós-parto, 69% afirmaram praticar sexo sem preservativo, das quais 89% não tomaram a PrEP no mês anterior. Durante o pós-parto inicial (da 9ª a 22ª semana), as participantes que relataram sexo sem preservativo apresentaram 91% menos chances de usar a profilaxia quando comparadas com as voluntárias que usavam o preservativo regularmente. Um ano após o parto, o índice de mulheres que informou sexo sem preservativo e adesão perfeita à PrEP foi de apenas 4%.
Foram registradas 16 infecções pelo HIV durante o período de acompanhamento da pesquisa (taxa de 0,96 casos por 100 pessoas-ano). A incidência do vírus foi significativamente maior no período pós-parto e entre aquelas que praticavam sexo sem preservativo e não tomaram a profilaxia em nenhum momento.
De acordo com os autores, o estudo registrou um alinhamento mediano entre o sexo sem preservativo e o uso efetivo da PrEP durante a gravidez. No entanto, esse alinhamento diminuiu substancialmente depois do parto, quando a incidência do HIV foi considerada elevada. Eles ressaltam a necessidade de adoção de novas estratégias para aumentar a utilização eficaz da profilaxia, principalmente no período pós-parto.
Fonte: site da HIVR4P, de 8 de outubro de 2024.
(https://programme2024.hivr4p.org/Abstract/Abstract/?abstractid=200)