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Percepção de risco para aquisição de HIV e comportamento sexual de risco entre minorias sexuais e de gênero

Um artigo publicado na edição de junho de 2024 do periódico BMC Infectious Diseases explorou a relação entre a autopercepção de risco para aquisição do HIV e a exposição sexual ao vírus entre minorias sexuais e de gênero a partir de uma revisão sistemática. Com autoria de Hamid Vega‐Ramirez, do Instituto Nacional de Psiquiatria Dr. Ramón de la Fuente Muñiz, do México, e outros autores*, o artigo incluiu 39 estudos, com abrangência do período de1981 (quando o HIV foi identificado como um surto mundial de saúde pública) e julho de 2023.

Os trabalhos analisados foram divididos em três categorias, dependendo da análise utilizada ou do resultado obtido: estudos de correlações ou associações; modelos utilizando a exposição sexual ao HIV como resultado; e modelos utilizando a percepção de risco para aquisição do HIV como resultado.

A amostra de participantes variou entre 55 e 16.667, com a maioria sendo de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (73,3%) e de brancos (51,3%). A maior parte dos estudos (84,6%) demonstrou evidências de que a autopercepção alta ou moderada para contrair o HIV se associa à maior exposição ao vírus. Além disso, 51,3% dos trabalhos analisados encontraram outras variáveis associadas à alta exposição sexual ao HIV entre os participantes dos estudos, como o uso excessivo álcool e outras substâncias.

Segundo os autores, os resultados do artigo podem ser úteis para o desenho e desenvolvimento de estratégias de prevenção e educação sobre o HIV. Ter uma percepção de risco alinhada com o comportamento sexual é importante para a prevenção, redução do estigma e da discriminação, já que leva à maior informação sobre formas de infecção pelo HIV e como evitá-las.

* Autores do artigo:

Hamid Vega‐Ramirez (1), CentliDiaz‐Barriga (2), Paula Luz (3) e Thiago Torres (3).

(1)Divisão de Epidemiologia Pesquisa Psicossocial, Instituto Nacional de Psiquiatria Dr. Ramón de la Fuente Muñiz, Cidade do México, México.

(2)Divisão de Pesquisa e Estudos de Graduação, Faculdade de Psicologia, Universidade Nacional Autônoma do México, Cidade do México, México.

(3)Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil.

Link para o estudo: https://doi.org/10.1186/s12879-024-09456-0