HIV, IST e Outros

Dolutegravir não é associado ao aumento da pressão arterial em grávidas

O dolutegravir, usado na terapia antirretroviral (TARV) ao HIV, não elevou o risco de aumento da pressão arterial durante a gravidez e no período pós-parto. Esses são os principais resultados de um estudo conduzido por Risa Hoffman, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, apresentado na 31ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 3 a 6 de março, em Denver, nos Estados Unidos.

De 2020 a 2023, a análise envolveu 643 grávidas que viviam com HIV e residiam nos Estados Unidos ou em diversos países do continente africano. As gestantes foram selecionadas aleatoriamente para receber a TARV baseada no dolutegravir associado a outras substâncias (fumarato de tenofovir alafenamida – TAF ou fumarato  de tenofovir desoproxila combinado com entricitabina  – TDF/FTC) ou no efavirenz. A pressão arterial foi medida a cada quatro semanas durante a gravidez, no momento do parto e cinco vezes nas primeiras 50 semanas pós-parto.

As participantes tinham média de idade de 26 anos, 86% residiam na África e o índice de massa corporal médio no momento da inscrição era de 25,9 kg/m². No início do estudo, a hipertensão era uma condição rara, diagnosticada em apenas 1,6% da população estudada. 

Os aumentos da pressão arterial registrados durante a análise foram classificados como pressão arterial elevada (estágio anterior à hipertensão) ou hipertensão. Se a hipertensão se desenvolvesse a partir da 20ª semana de gestação e desaparecesse em até 12 semanas após o parto, era considerada uma hipertensão gestacional (aumento temporário da pressão arterial associado à gravidez).

Ao final do período de acompanhamento, as taxas de pressão arterial elevada foram de 43% no braço do dolutegravir associado a TAF ou TDF/FTC e 40% no braço do efavirenz. A hipertensão gestacional foi diagnosticada em 2,9% das receptoras de dolutegravir e 3,4% das usuárias de efavirenz, enquanto somente duas participantes, uma de cada grupo, desenvolveram hipertensão.

Os autores ressaltaram que não houve qualquer associação entre o regime antirretroviral utilizado e o diagnóstico de pressão arterial elevada, hipertensão gestacional ou hipertensão. De acordo com eles, o ganho excessivo de peso foi o principal fator de risco associado ao aumento da pressão arterial.

Fonte: site da CROI, de 4 de março de 2024.

(https://www.croiconference.org/abstract/hypertension-in-a-randomized-trial-of-dtg-vs-efv-based-art-in-pregnant-and-postpartum-women/)