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Metade das pessoas com HIV no Reino Unido sente vergonha de seu status sorológico

O diagnóstico positivo de HIV continua sendo uma fonte de estigma e discriminação, especialmente para os mais jovens, as mulheres e as pessoas transgênero, de acordo com estudo britânico, conduzido por Abdullahi Addow, da Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido, sediada em Londres, na Inglaterra, e outros pesquisadores. A análise foi publicada, em 12 de janeiro de 2024, no site do Aidsmap.

De abril de 2022 a março de 2023, a pesquisa incluiu 4.540 pessoas que viviam com HIV, de 99 unidades de saúde da Inglaterra, uma da Escócia e uma do País de Gales. A maioria dos participantes (75%) eram homens (incluindo trans), 24% mulheres (incluindo trans) e 1,2% pessoas trans não-binárias ou de gênero diverso. Metade dos voluntários eram britânicos (independentemente de cor), 22% negros africanos, 15% brancos de origem não britânica e 4% asiáticos. Mais de 90% informaram conhecer o conceito de indetectável = intransmissível (I =I).

Dos indivíduos do sexo masculino, 75% se disseram gays, 19% heterossexuais e 5% bissexuais. Entre as mulheres, 95% afirmaram ser heterossexuais, 1,8% bissexuais e 0,8% lésbicas. A maioria dos participantes (85%) recebeu o diagnostico positivo do HIV no Reino Unido, enquanto os demais foram diagnosticados em outras regiões da Europa (5%), na África (5%) e na Ásia (3%).

No geral, 99% estavam em terapia antirretroviral (TARV), com uma proporção semelhante em todos os grupos demográficos. Em 2023, 54% realizavam a TARV com um único comprimido, enquanto apenas 2,5% tomavam quatro ou mais comprimidos. Em comparação com estudos anteriores, os participantes relataram menos efeitos colaterais em consequência dos medicamentos.

Quase 50% dos indivíduos disseram sentir vergonha do seu status sorológico, sendo esse relato mais comum entre jovens (54%), pessoas trans (49%), mulheres em geral, independentemente da orientação sexual (48%), e homens heterossexuais (45%). Além disso, 33% afirmaram ter baixa autoestima em função de viver com o vírus.

Os voluntários também relataram suas experiências com o estigma. Quase 5% informaram ter sofrido abusos verbais devido ao seu status sorológico e 3% sentir-se excluídos de atividades familiares. Esse percentual aumentou para aproximadamente 15% entre pessoas trans.

Embora a satisfação com a vida permaneça em um patamar regular entre as pessoas com HIV no Reino Unido, os autores destacam lacunas importantes em termos de cuidados com a saúde, principalmente entre jovens, mulheres e pessoas trans. Segundo eles, a discriminação e o estigma continuam sendo barreiras que precisam ser ultrapassadas.

Fonte: site do Aidsmap, de 12 de janeiro de 2024.

(https://www.aidsmap.com/news/jan-2024/almost-half-people-living-hiv-uk-feel-ashamed)