Estudo avalia comportamentos sociais e sexuais de HSH imigrantes na Austrália
Estudo, liderado por Simin Yu, da Universidade de South Wales, em Sydney, na Austrália, teve como principal objetivo avaliar e comparar os comportamentos sociais e sexuais de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) imigrantes que vivem em território australiano. A pesquisa foi publicada, em 9 de janeiro de 2024, no site do Journal of the International AIDS Society.
De 2019 a 2021, questionários on-line, veiculados em aplicativos e redes sociais, coletaram dados comportamentais de 24.707 HSH que residiam em solo australiano, mas nasceram no exterior. Os pesquisadores utilizaram regressão logística para identificar os principais fatores que diferenciavam os HSH recém-chegados (residentes há menos de dois anos) dos mais antigos (residentes há mais de dois) no país.
No total, 11,4% dos pesquisados eram nascidos em países de alta renda e apenas 15,5% considerados HSH mais antigos. Os recém-chegados tinham maior probabilidade de serem asiáticos (36,1%) ou europeus (21,4%). Em comparação com os mais antigos, os HSH recém-chegados eram mais jovens, tinham maior chance de frequentar uma universidade e menor chance de ter um emprego em tempo integral.
Os HSH recém-chegados apresentavam maior probabilidade de uso consistente de preservativo, mas relataram menor conscientização sobre os riscos do HIV e uma taxa mais baixa de adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP). Enquanto 32,3% dos HSH mais antigos afirmaram utilizar o medicamento, somente 22,8% dos recém-chegados disseram fazer o mesmo.
Ambos os grupos informaram níveis semelhantes de sexo casual desprotegido, com chance elevada de aquisição ou transmissão do vírus, e uma quantidade similar de testes de HIV feitos ao longo da vida. Contudo, os recém-chegados eram mais propensos a realizar o teste em clínicas particulares, enquanto os HSH mais antigos preferiam fazer uso do autoteste em casa ou nos serviços comunitários de saúde.
Para os autores, embora os HSH recém-chegados na Austrália relatem menor adesão à profilaxia e uma dependência maior dos serviços privados de saúde, os dois grupos apresentaram riscos semelhantes de aquisição e transmissão do HIV. Eles afirmam ser urgente a adoção de políticas públicas que facilitem o acesso de todas as populações prioritárias aos métodos de prevenção e tratamento do vírus.
Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 9 de janeiro de 2024.
(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26204)