Preferências de terapia com antirretrovirais de longa duração entre pessoas com HIV nos EUA
A par das diversas modalidades de terapia antirretroviral (TARV) que vêm sendo testadas para tratar a infecção pelo HIV, a ingestão oral de medicamentos com dose diária ainda é o principal regime de TARV atualmente disponível no mundo. No entanto, é fundamental ampliar as opções para vencer as barreiras de adesão que alguns usuários enfrentam em relação a esse formato.
Além de testar a eficácia clínica de cada nova opção, um passo fundamental é avaliar a aceitabilidade dessas novas alternativas entre possíveis usuários. Um estudo, publicado na edição de julho do periódico Journal of the International AIDS Society, investigou as preferências para novas opções de TARV em formato de longa duração entre pessoas vivendo com HIV acompanhadas em clínicas de Atlanta e Seattle, nos Estados Unidos. Conduzida por Susan Graham, do Departamento de Medicina da Universidade de Washington, e outros pesquisadores, a análise se concentrou em quatro novos modos de tratamento: implantes, injeções intramusculares, injeções subcutâneas e comprimidos orais de longa duração, buscando compreender os critérios mais importantes para a escolha.
Foram incluídos 700 indivíduos de março de 2021 a junho de 2022,entre 18 e 73 anos (idade média de 51 anos). Desse total, 70% se identificaram como homens cisgênero, 24% como mulheres cisgênero e 6% como transgêneros ou não-binários. A opção de TARV em formato de longa duração mais aceita pelos voluntários foi a de comprimido oral, seguida do implante anual e das injeções subcutânea e intramuscular. Os critérios mais apontados para tal preferência foram: intervalos mais longos entre as doses, menos dor na administração do medicamento e maior privacidade. Sobre esse último ponto, a administração da TARV em formato de longa duração em casa foi apontada como a mais conveniente, seguida de clínicas e, por último, farmácias.
Tendo sido a pílula de longa duração eleita como a opção mais interessante ao formato atual, os autores do artigo sugerem que, quando disponíveis, novas pesquisas deveriam investigar sua aceitabilidade e adesão em situações do mundo real.
Link para o artigo: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26099