2023 Notícias

Manutenção da TARV com dolutegravir reverte rebote viral em até 95% dos casos

Um estudo realizado na África do Sul, conduzido por Andrew Hill, da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, descobriu que até 95% das pessoas que experimentaram recuperação da carga viral enquanto tomavam dolutegravir como terapia antirretroviral (TARV) foram capazes de alcançar novamente a supressão viral sem precisar mudar de tratamento. A pesquisa foi apresentada na 12ª Conferência da International AIDS Society sobre Ciência do HIV (IAS 2023), realizada, de 23 a 26 de julho, em Brisbane, na Austrália.

De 2020 a 2022, a análise comparou dois regimes baseados no dolutegravir com um regime baseado no efavirenz em 1.053 pessoas que viviam com HIV na África do Sul. Nenhum participante interrompeu a TARV ou abandonou o estudo quando experimentou a recuperação viral.

Os pesquisadores compararam o tempo que os usuários de dolutegravir e de efavirenz levaram para alcançar a primeira supressão viral, o rebote viral e, por fim, a nova supressão viral. Embora a primeira supressão viral tenha sido mais rápida nos usuários de dolutegravir do que nos usuários de efavirenz, não houve diferença significativa entre esses dois grupos nas semanas 24 e 48. A taxa de falha virológica, definida como uma medição acima de 1.000 cópias/mL do HIV, também não diferiu significativamente durante o período do estudo.

No entanto, a taxa de nova supressão viral foi substancialmente maior entre aqueles que tomavam dolutegravir, em comparação com os que tomavam efavirenz, na 24ª semana. No total, 88% dos que usavam dolutegravir e 46% dos que usavam efavirenz alcançaram nova supressão viral nesse período. Até a 48ª semana, 95% dos usuários de dolutegravir e 66% dos participantes que recebiam efavirenz atingiram nova supressão viral.

De acordo com os autores, as pessoas com rebote viral só devem abandonar o dolutegravir caso apresentem mutações de resistência ao inibidor da integrase. Essa orientação pode não ser apropriada apenas em locais onde o acesso a testes de resistência é limitado ou inexistente.

Fonte: site da IAS 2023, de 25 de julho de 2023.

(https://programme.ias2023.org/Abstract/Abstract/?abstractid=3810)