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Supressão viral: uma dose única diária de dolutegravir é suficiente para pessoas com HIV e tuberculose

O estudo RADIANT-TB, conduzido por Rulan Griesel, da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, descobriu que uma dose dupla diária de dolutegravir como terapia antirretroviral é desnecessária para que as pessoas que vivem simultaneamente com HIV e tuberculose alcancem a supressão viral. A pesquisa foi publicada, em 22 de maio de 2023, na revista The Lancet HIV.

De novembro de 2019 a julho de 2021, a análise inscreveu 180 sul-africanos que viviam com HIV e também foram diagnosticadas com tuberculose. Eram elegíveis aqueles que apresentassem carga viral acima de 1.000 cópias/ml, contagem de CD4 superior a 100 células/mm³ e não tivessem usado nenhum medicamento antirretroviral nos seis meses anteriores à inclusão.

Os voluntários eram predominantemente do sexo masculino (65%), tinham média de idade de 35 anos e a maioria apresentava carga viral acima de 100.000 cópias/ml e contagem média de CD4 de 188 células/mm³.

Oito semanas após o início do tratamento padrão para a tuberculose (com a substância rifampicina), os participantes foram randomizados para tomar duas doses diárias de dolutegravir, separadas por um período de 12 horas, ou uma dose do antirretroviral e outra de placebo, separadas pelo mesmo intervalo de tempo. Os voluntários foram constantemente avaliados pelos pesquisadores.

O desfecho primário da pesquisa foi a supressão viral na 24ª semana. A proporção de indivíduos com a carga viral suprimida foi idêntica nos dois braços da análise (85%), o que demonstrou que a segunda dose de dolutegravir foi indiferente para a eficácia do tratamento. Em razão do número reduzido de participantes desse estudo não comparativo, os pesquisadores definiram a taxa de 75% de supressão viral em cada um dos grupos como resultado satisfatório.

Os autores afirmam que a dosagem de duas doses diárias de dolutegravir para pessoas que vivem com HIV e tuberculose pode ser classificada como desnecessária. Alertam, porém, que novos ensaios clínicos deverão ser realizados para convencer os formuladores de políticas de saúde a mudar as diretrizes de tratamento.

Fonte: site da revista The Lancet HIV, de 22 de maio de 2022.

(https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(23)00081-4/fulltext#%20)