Estudo norte-americano faz análise sobre HIV e câncer anal
Publicado em 12 abril de 2023, no Journal of Clinical Oncology Reports, um estudo descobriu que os diagnósticos de câncer anal nos Estados Unidos aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Além disso, os estados com maior número de pessoas que vivem com HIV tendem a ter um índice mais elevado de casos da doença. A análise foi conduzida por Alexandra Hotca, da Escola de Medicina Icahn, em Nova York.
Os pesquisadores usaram um conjunto de dados do US Cancer Statistics e do Departamento de Saúde do Governo norte-americano, coletados de 2001 a 2018. No total, foram 88.159 casos de câncer anal diagnosticados nesse período, com 14.483 mortes registradas em virtude da doença.
As taxas de câncer anal aumentaram significativamente entre 2014 e 2018 em comparação com os anos anteriores. Os maiores aumentos ocorreram nos estados do centro-oeste e do sudeste dos Estados Unidos, onde os diagnósticos cresceram 62% e 50%, respectivamente. São também os estados dessas regiões que registram os maiores índices de HIV do país.
Segundo os pesquisadores, a incidência do câncer anal foi altamente correlacionada ao HIV nos homens (quase 6%), mas essa tendência não se repetiu nas mulheres (menos de 0,5%). O estudo concluiu também que barreiras relacionadas à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV e à terapia antirretroviral, como o estigma e a desinformação, ocasionaram uma maior incidência de HIV em todo país que, por sua vez, resultaram no aumento dos casos de câncer anal, principalmente nas regiões mais afetadas pelo vírus. Os homens mais velhos e de baixa renda foram as maiores vítimas da doença.
De acordo com os autores, pessoas que vivem com câncer anal e HIV têm um risco aumentado de morte em cerca de 15%. Entre os homens com 50 anos ou mais, esse índice tende a ser ainda maior, embora esse dado careça de confirmação em ensaios futuros.
Fonte: site do Journal of Clinical Oncology Reports, de 12 de abril de 2023.