Cabotegravir e rilpivirina injetáveis podem ser viáveis para pessoas com HIV sem supressão viral
De acordo com estudo apresentado na 30ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 19 a 22 de fevereiro de 2023, em Seattle, nos Estados Unidos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina de longa duração são uma opção de tratamento viável para pessoas que vivem com HIV e desejam permanecer usando a terapia antirretroviral mas não conseguem manter ou alcançar a supressão viral com o tratamento oral. A análise foi conduzida por Monica Gandhi, do Hospital Geral de São Francisco, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores relataram os resultados de um grupo de 133 norte-americanos que tomaram o cabotegravir e a rilpivirina de longa duração de junho de 2021 a novembro de 2022. Os participantes receberam inicialmente injeções mensais, mas aqueles que mantiveram a supressão viral por pelo menos seis meses puderam optar por um regime bimestral.
A maioria dos voluntários (88%) era de homens, 8% de mulheres cisgênero e 4% de mulheres transgênero, com média de 45 anos. A maior parte era latina (38%), seguida de brancos (32%) e negros (16%). Apenas 33% tinham habitação estável, estando o restante em situação instável de moradia (58%) ou sem-teto (8%). Cerca de 40% haviam sido diagnosticados com alguma doença mental grave.
Quando entraram no estudo, 76 pessoas já tinham carga viral indetectável em seus regimes orais. A maioria dos 57 indivíduos que possuíam HIV detectável relatou nunca ter atingido a supressão viral.
No geral, 74% dos participantes receberam suas injeções dentro do prazo estabelecido pelos pesquisadores. Todas as 76 pessoas com HIV indetectável mantiveram o status após a mudança para as injeções de cabotegravir e rilpivirina de longa duração. A boa notícia foi que 55 dos 57 voluntários com carga viral detectável conseguiram atingir a supressão viral durante o período de acompanhamento.
“Precisamos de inovações como essa para acabar com a epidemia de HIV no mundo”, afirmou Gandhi. “Se usado de forma criativa e ousada, o tratamento de ação prolongada tem condições de se tornar uma poderosa arma contra o vírus”, finalizou a pesquisadora.
Fonte: site da CROI, de 21 de fevereiro de 2023.
Link para o estudo: (https://www.croiconference.org/abstract/high-virologic-suppression-rates-on-long-acting-art-in-a-safety-net-clinic-population/)