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Pessoas que vivem com HIV podem desenvolver mpox mais grave

Estudo liderado por Daniel Chastain, da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, descobriu que uma proporção substancial de pessoas que contraíram monkeypox (mpox) no surto de 2022 viviam com HIV e que esses indivíduos tendiam a desenvolver sintomas mais graves e menos comuns da doença. A pesquisa foi publicada, em 18 de janeiro de 2023, na revista AIDS.

Até 1° de setembro de 2022, os pesquisadores identificaram 322 adultos com mpox nos Estados Unidos, 93 dos quais viviam com HIV – uma proporção maior do que a encontrada em ensaios anteriores. A maioria estava na faixa dos 30 anos e todas as pessoas que adquiriram mpox eram homens. Houve 31 casos de mpox em indivíduos não identificados como homens entre participantes HIV negativos, os quais foram excluídos para que os grupos fossem pareados por dados demográficos.

Após o pareamento, os grupos de pessoas que viviam com HIV e de voluntários sem o vírus eram semelhantes em quase todos os aspectos, embora aqueles que vivessem com HIV fossem mais propensos a serem negros (24% contra 11%) ou latinos (23% contra 10%). No entanto, informações sobre raça/etnia só estavam disponíveis para cerca de metade dos participantes.

Olhando para os sintomas, os indivíduos que viviam com HIV e adquiriram mpox apresentavam chances aumentadas de ter erupção cutânea (25% contra 11%), dor retal (25% contra 10%), abscessos anais (11% contra 0%), problemas de fimose ou endurecimento do prepúcio (10% contra 0%), pneumonia (11% contra 0%) e amigdalite (10% contra 0%). Gânglios linfáticos inchados, febre, calafrios, náuseas, dores de cabeça e dores musculares foram sintomas incomuns, mas que apareceram com maior frequência em voluntários que viviam com HIV.

Os participantes com HIV necessitaram de mais consultas médicas de urgência (53% contra 29%) e hospitalizações (11% contra 4%) em comparação com os indivíduos HIV negativos. Não houve registro de mortes no estudo.

“Pessoas que viviam com HIV tiveram taxas mais altas de manifestações clínicas em virtude da mpox e exigiram maior utilização de recursos de saúde”, afirmaram os autores. Ainda de acordo com eles, pacientes que apresentam sintomas atípicos possuem risco aumentado de hospitalização e devem ser priorizados nos atendimentos médicos.

Fonte: site da revista AIDS, de 18 de janeiro de 2023.

(https://journals.lww.com/aidsonline/abstract/9900/characteristics_and_clinical_manifestations_of.161.aspx)