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Antiviral de ação direta se mostra mais eficaz para cura de infecções recentes de hepatite C em HSH que vivem com HIV

De acordo com um estudo europeu, liderado por Malte Monin, do Hospital Universitário de Bonn, Alemanha, focado em infecções recentes de hepatite C em pessoas que vivem com HIV, a taxa de cura em participantes que tomaram um antiviral de ação direta foi maior em comparação com os que usaram o medicamento interferon peguilhado.  Além disso, a análise aponta que apenas um em cada oito homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) da amostra se curou espontaneamente da infecção recente. A pesquisa foi publicada, em 5 de outubro de 2022, na revista Clinical Infectious Diseases.

O ensaio, desenvolvido de 2007 a 2017, selecionou 464 participantes, todos vivendo com HIV, dos quais apenas sete eram mulheres. Cerca de 92% estavam em terapia antirretroviral (TARV) e 90% tinham carga viral indetectável. Quase todos que foram expostos à hepatite C o fizeram por meio do sexo (principalmente entre homens). O compartilhamento do equipamento de injeções foi um fator de risco para a transmissão da doença em apenas 0,7% dos recrutados. Cinquenta e um voluntários foram reinfectados com hepatite C.

A depuração espontânea da doença ocorreu em 55 participantes (12%), em uma média de 12 semanas após o primeiro teste positivo de hepatite C. Setenta e cinco por cento de todas as depurações aconteceram em até 18 semanas. A ausência de um declínio da carga viral quatro semanas após o diagnóstico foi associada a uma probabilidade muito alta de infecção persistente ou crônica.

Setenta e nove por cento dos voluntários iniciaram, posteriormente, o tratamento da hepatite C durante um período de acompanhamento de 144 semanas. A maioria tomou o medicamento interferon peguilhado, começando 14 semanas após a confirmação da doença. O restante se tratou com um antiviral de ação direta a partir da semana 44. A taxa de cura em participantes que tomaram um antiviral de ação direta foi de 93% em comparação com um índice de 73% dos que usaram o interferon peguilhado.

Os autores afirmam que suas descobertas reforçam as recomendações de que o tratamento da hepatite C deve começar assim que a doença for diagnosticada, com objetivo de limitar a transmissão. Eles informam que as principais consequências do não tratamento em pessoas que vivem com HIV são a deterioração mais rápida do fígado e o desenvolvimento de cirrose hepática.

Fonte: site da Clinical Infectious Diseases, de 5 de outubro de 2022.

(https://doi.org/10.1093/cid/ciac680)