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Cabotegravir e rilpivirina de longa duração podem ser viáveis para pessoas que vivem com HIV sem supressão viral

De acordo com estudo conduzido por Katerina Christopoulos, da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, injeções de cabotegravir e rilpivirina de longa duração podem ser uma opção para pessoas que vivem com HIV e não conseguem a supressão viral. A pesquisa foi apresentada na 24ª Conferência Internacional de AIDS (AIDS 2022), realizada em Montreal, Canadá, de 29 de julho a 2 de agosto.

A análise aconteceu na clínica de HIV do Hospital Geral de São Francisco, que atende a mais de 2.400 pacientes de baixa renda que vivem com o vírus. Dessas pessoas, cerca de 10% apresentam altas taxas de uso de substâncias químicas, doença mental grave e falta de moradia.

Foram incluídos no estudo 151 participantes que iniciaram o regime de longa duração com o cabotegravir ou a rilpivirina de junho de 2021 a abril de 2022. Um total de 139 voluntários esteve presente em pelo menos duas visitas de acompanhamento para aplicação das injeções. A maioria (124) tinha supressão viral e contagem alta de CD4 (média de 706 células/mmᶾ) quando começou o tratamento, mas 15 participantes possuíam carga viral detectável e supressão imunológica substancial (contagem média de CD4 de 99 células/mmᶾ).

Com exceção de duas mulheres, todos os outros participantes eram homens cisgêneros. A idade média era de 46 anos (ninguém com menos de 30), cerca de 60% eram negros ou latinos, pouco mais de 40% estavam desalojados ou abrigados de forma instável e 50% relataram uso atual de estimulantes. Pessoas com resistência à rilpivirina foram excluídas.

Das 124 pessoas com carga viral indetectável que iniciaram as injeções, 100% mantiveram o status após uma média de seis injeções. Esse resultado é similar ao encontrado em estudos anteriores, como ATLAS e FLAIR.

Entre os 15 voluntários com carga viral detectável que iniciaram as injeções, 12 (80%) alcançaram e mantiveram a supressão viral após, em média, seis injeções. Outros dois participantes, que viviam com HIV há mais de dez anos, apresentaram um declínio consistente da carga viral e uma pessoa obteve a supressão após oito meses de estudo.

Os autores afirmaram que o cabotegravir e a rilpivirina injetáveis de longa duração se mostraram seguros, eficazes e bem tolerados. Também disseram que as reações às injeções foram consideradas leves e que nenhum participante interrompeu o tratamento devido a efeitos colaterais.

Fonte: site da AIDS 2022, de 2 de agosto de 2022.

(https://programme.aids2022.org/Abstract/Abstract/?abstractid=8854)