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Estudo registra alta taxa de doença arterial periférica em pessoas vivendo com HIV

Pessoas que vivem com HIV têm uma alta incidência de doença arterial periférica, condição que pode ocasionar doenças cardiovasculares e problemas de circulação, enfermidades consideradas perigosas na vida adulta. Essa foi a principal descoberta de um estudo dinamarquês, conduzido por Suarez-Zdunek, do Hospital Universitário de Copenhague, e publicado, em 24 de junho, na revista AIDS.

A doença arterial periférica é diagnosticada medindo-se o fluxo sanguíneo das pernas, por meio de um manguito utilizado no tornozelo. A medida da pressão arterial na perna deve ter aproximadamente 90% do valor registrado no braço. Um índice inferior indica que, provavelmente, a doença arterial periférica está presente.

Participaram do estudo 844 voluntários da capital dinamarquesa, selecionados entre 2015 e 2016, com idade média de 50 anos. Oitenta e seis por cento eram do sexo masculino, quase todas estavam em tratamento antirretroviral (TARV) e 95% tinham carga viral indetectável. Vinte e seis por cento eram fumantes e 35% haviam parado de fumar. Quarenta e cinco por cento apresentavam pressão arterial alta, 45% possuíam colesterol elevado e 10% eram obesas. Cerca de 67% realizaram contagem de CD4 no início do ensaio.

Em uma análise multivariada ajustada para idade, sexo e histórico de tabagismo, o diagnóstico de doença arterial periférica foi altamente associado a diabetes, contagem de CD4 abaixo de 350 células/mmᶟ e maiores concentrações de marcadores inflamatórios.

Os pesquisadores também identificaram uma tendência três vezes maior de desenvolvimento da doença a partir de dez anos após a infecção pelo HIV e o início da TARV. Contudo, nenhum medicamento específico mostrou associação com a evolução da doença arterial periférica.

De acordo com os autores, mais ensaios com pessoas HIV negativo são necessários para ajudar a esclarecer a contribuição de fatores de risco relacionados ao vírus, especialmente quanto à inflamação. Eles afirmam ainda que o aconselhamento para o abandono do tabagismo deve ser prioritário por parte dos profissionais de saúde.

Fonte: site da Revista AIDS, de 24 de junho de 2022.

(https://journals.lww.com/aidsonline/pages/articleviewer.aspx?year=9900&issue=00000&article=00016&type=Abstract)