Conhecimento sobre interações do dolutegravir é baixo na África do Sul
Em dezembro de 2019, a terapia à base de dolutegravir foi recomendada como tratamento antirretroviral (TARV) de primeira linha na África do Sul. A substância tem interações clinicamente significativas com vários medicamentos contendo cátions. As diretrizes nacionais detalham essas interações e como gerenciá-las. Porém, estudos realizados demonstraram baixo conhecimento dos profissionais de saúde sul-africanos sobre o assunto. Nesse sentido, o ensaio liderado por Briony S. Chisholm, da Universidade da Cidade do Cabo, e publicado em 7 de março no Journal of the International AIDS Society, buscou determinar o nível desse conhecimento e descrever quais variáveis estavam associadas a essas possíveis lacunas.
Uma pesquisa on-line, via e-mail e redes sociais, com profissionais de saúde do campo do HIV, foi realizada entre agosto e setembro de 2020. O questionário incluiu secções sobre dados sociodemográficos, acesso e capacitação sobre as diretrizes, conhecimento de interações, aconselhamento e o efeito da Covid-19 em pessoas que vivem com o HIV. A análise foi feita por meio de proporções e intervalo de confiança de 95% para determinar as relações entre as variáveis independentes e pendentes.
No total, 1.950 respostas foram incluídas no estudo (47,1% de enfermeiros, 35,8% de médicos, 8,9% de farmacêuticos e 8,2% de outros profissionais). Quando questionados se sabiam que o dolutegravir possuía interações com outras substâncias, 70% disseram que sim, 13,9% afirmaram que não e 16,1% não quiseram responder.
No entanto, o conhecimento sobre interações específicas era baixo, com ampla variação entre os diferentes medicamentos: 79,7% sabiam dosar o dolutegravir com rifampicina, mas apenas 5,1% conheciam as duas opções de dosagem com o cálcio (33,7% conheciam somente uma opção).
De acordo com os pesquisadores, existem importantes lacunas a serem preenchidas na conscientização e conhecimento das interações do dolutegravir, bem como o ajuste de dosagem do medicamento com outras substâncias também necessita ser melhor compreendido pelos profissionais de saúde sul-africanos.
Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 7 de março de 2022.