PrEP: tecnologia de prevenção

HPTN 084: estudo não registra infecções por HIV em mulheres que usavam PrEP injetável conforme prescrito

Uma análise detalhada das infecções por HIV encontradas no estudo HPTN 084, que comparou a eficácia da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV injetável com a modalidade oral diária do medicamento em mulheres cis, foi publicada, em 18 de março de 2022, no Journal of Infectious Diseases. O trabalho foi conduzido por Susan Eshleman, da Escola de Medicina da Universidade de Baltimore (EUA).

A eficácia superior do cabotegravir injetável de longa duração foi maior no estudo HPTN 084 se comparada ao ensaio HPTN 083, que recrutou gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans. Enquanto o HPTN 083 descobriu que o cabotegravir preveniu 66% mais infecções por HIV do que os comprimidos diários de fumarato de tenofovir disoproxila/entricitabina (TDF/FTC), no HPTN 084 o anúncio original informava que esse número chegava a 88%.

Os resultados atualizados mostram que um dos quatro casos de infecção pelo HIV em mulheres cis alocados no braço do cabotegravir ocorreu antes da entrada da participante no estudo. Além disso, foi encontrada mais uma infecção no grupo do TDF/FTC, totalizando 36. Isso sugere que as injeções foram 92% mais eficazes que os comprimidos.

Pode-se afirmar que essa eficácia foi em grande parte impulsionada pela adesão. Quando amostras sanguíneas das participantes foram coletadas, descobriu-se que 74% das mulheres do grupo da PrEP injetável tinham níveis consistentes de adesão. Já entre as voluntárias do braço da profilaxia oral diária, apenas 46% apresentavam níveis aceitáveis de TDF/FTC no sangue.

Especificamente em relação às infecções registradas durante o estudo entre participantes que tomaram cabotegravir, duas se inscreveram no HPTN 084 mas sequer tomaram a primeira injeção do medicamento. Uma alegou gravidez, enquanto a outra não compareceu às consultas de acompanhamento. Apenas uma mulher contraiu o vírus após nove injeções de cabotegravir aplicadas em intervalos irregulares.

“No HPTN 084, nenhuma voluntária no grupo do cabotegravir adquiriu o HIV enquanto recebia injeções nos períodos estabelecidos. Esse resultado é altamente satisfatório e nos dá esperança de que, em breve, a aids deixará de ser uma ameaça à saúde das mulheres em todo o mundo”, afirmou Susan.

Fontes: site do Journal of Infectious Diseases, de 18 de março de 2022.

(https://academic.oup.com/jid/advance-article-abstract/doi/10.1093/infdis/jiab576/6549543?redirectedFrom=fulltext&login=false)

Site Aidsmap, de 25 de março de 2022.

(https://www.aidsmap.com/news/mar-2022/no-breakthrough-hiv-infections-seen-women-using-injectable-prep)