PrEP: temas gerais

Estudo revela que PrEP pode aumentar o prazer sexual, a intimidade e a proximidade entre parceiros

Estudo publicado em janeiro de 2022 no Journal of Sex Research revela que muitas pessoas veem a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV como uma ferramenta que aumenta o prazer, a proximidade com o parceiro e a intimidade sexual. Apesar dos profissionais de saúde, em sua maioria, prescreverem a profilaxia por causa de “comportamentos de risco”, a análise, conduzida por Christine Curely, da Universidade de Connecticut (EUA), mostrou que resultados como esse podem ajudar a diminuir o estigma e melhorar a aceitação e a adesão ao medicamento.

Os pesquisadores coordenaram uma revisão de literatura em 16 estudos realizados nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, França, Bélgica e Uganda, todos eles centrados no prazer sexual proporcionado pela PrEP, contabilizando um total de 2.658 participantes, dos quais 98% eram homens. Dez estudos foram qualitativos e 14 avaliaram principalmente gays/outros homens que fazem sexo com outros homens (HSH). Onze dessas análises incluíram pessoas de origens racialmente diversas e dois incluíram apenas negros. Os voluntários eram em sua maioria solteiros, mas cinco análises também investigaram pessoas em relacionamentos estáveis.

Observando os estudos, os autores encontraram quatro temas comuns a todos: a PrEP como uma ferramenta capaz de reforçar a intimidade, de aumentar as opções de parceiros, de remover barreiras sexuais e de reduzir a ansiedade. Os dados analisados mostraram que os participantes, solteiros ou em relacionamentos, eram propensos a usar a profilaxia porque ela potencializava a proximidade e a intimidade, e não apenas como forma de remover a barreira física do preservativo. 

Muitos descreveram a PrEP como sexualmente libertadora, proporcionando uma gama maior de parceiros – incluindo pessoas que vivem com HIV – e garantindo mais segurança ao se fazer sexo anal. “O sexo não é algo que você tenha que ter vergonha ou medo. Agora que posso praticá-lo sem esses sentimentos, é fantástico”, afirmou um participante. Outros expressaram mais conforto com o ato sexual, pois, segundo eles, o HIV era a infecção sexualmente transmissível com a qual realmente mais se preocupavam. Alguns relataram que passaram a usar o preservativo com menor frequência, embora não o tenham abandonado por completo.

Os pesquisadores sugerem que os médicos devam adotar uma mudança de comportamento ao receitar a profilaxia. De acordo com eles, a saúde sexual vai além de proteção contra o HIV. Focar somente nos riscos do contágio ignora o direito humano ao prazer e à liberdade.

Fonte: site do Aidsmap, de 11 de março de 2022.

(https://www.aidsmap.com/news/mar-2022/prep-increases-sexual-pleasure-intimacy-and-closeness) Link para o estudo: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00224499.2021.2012638