Pesquisadores da Fiocruz da Bahia, liderados por Maria Fernanda Grassi, realizaram um estudo, publicado em 7 de fevereiro de 2022, na revista Frontiers in Medicine, que aponta que indivíduos que vivem com HIV podem apresentar risco aumentado para a coinfecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV). Os dados, no entanto, sugerem que a infecção simultânea pelos dois vírus é um evento raro, ainda que a Bahia seja o estado brasileiro com o maior número de casos de HTLV.

O trabalho, realizado em 130 mil amostras submetidas a testes sorológicos, no Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia, indicou que 2,4% das amostras positivas para o HIV também tinham o HTLV. O percentual é cerca de cinco vezes maior que o encontrado nas amostras negativas para o HIV.

A coinfecção foi identificada com mais frequência em centros econômicos ou turísticos, sendo a capital, Salvador, responsável por 57% dos casos. O estudo também mostrou que a presença dos dois vírus foi mais comum nas mulheres, o que pode estar associado à lei estadual que obriga a triagem sorológica para HTLV em gestantes, em vigor desde 2011.

De acordo com os pesquisadores, o HTLV, assim como o HIV, é um vírus ainda sem cura. As principais formas de transmissão são via relações sexuais sem preservativos, aleitamento materno e agulhas de seringas contaminadas. Apesar de o HTLV não atacar o sistema imunológico, o vírus causa doenças como leucemia, incontinência urinária, disfunção erétil e problemas neurológicos, podendo aumentar a letalidade dos infectados pelo HIV.

Fonte: site do Diário de Pernambuco, de 7 de fevereiro de 2022.

(https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/saude/2022/02/pesquisadores-da-fiocruz-analisam-coinfeccao-por-hiv-e-htlv-na-bahia.html)