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Falha virológica pode justificar cautela ao mudar para dolutegravir + lamivudina no enfrentamento ao HIV

Dois estudos observacionais recentes corroboram os achados de ensaios clínicos anteriores de que a troca dos medicamentos antirretrovirais pela terapia dupla dolutegravir + lamivudina (também conhecido como Dovato) é eficaz no enfrentamento do HIV. No entanto, embora as taxas de falhas virológicas encontradas nos grupos analisados pelos dois estudos tenham sido baixas, os poucos casos podem justificar cautela antes da decisão de mudar para esse regime.

Análise conduzida por Alberto Borghetti, da Agostino Gemelli University, de Roma, ao longo de três anos, até julho de 2021, investigou fatores de risco para falha virológica em 699 pessoas, com supressão virológica, que mudaram para dolutegravir + lamivudina. O grupo era composto principalmente por homens (71%), pessoas brancas (91%), com idades entre 45 e 49 anos.

Foi definida como falha virológica uma única carga viral acima de 200 cópias/mL ou duas medições consecutivas acima de 50 cópias/mL. Vinte e três pessoas do estudo tiveram falha virológica. A probabilidade de falha em toda a população do ensaio foi de 1,6% no primeiro ano, 4% no segundo e 5,4% no terceiro ano.

Outro estudo, liderado por Arturo Ciccullo, da Universidade Católica de Milão, com duração de cinco anos, até novembro de 2021, analisou 785 pessoas, com supressão virológica, que mudaram para o regime de dolutegravir+ lamivudina. O grupo incluía principalmente homens (71%), com idades entre 45 e 58 anos.

Nesse estudo, a falha virológica foi definida como uma única carga viral medida acima de 1.000 cópias/mL (maior que o estudo anterior) ou duas medições consecutivas maiores que 50 cópias/mL (equivalente ao estudo anterior). Dezoito pessoas apresentaram falha virológica. A probabilidade de falha foi de 1,5% no primeiro ano, 2,3% no segundo, 3,1% no terceiro e 3,6% após quatro anos e meio.

Embora a mudança para o dolutegravir + lamivudina tenha mais uma vez demonstrado ser segura, as pesquisas atuais indicam ser necessário ter cautela em determinados casos. Pessoas com histórico de falha virológica em terapias anteriores são as que apresentam maior risco.

Fonte: site do Aidsmap, de 30 de dezembro de 2021.

(https://www.aidsmap.com/news/dec-2021/history-drug-resistance-or-virological-failure-warrants-caution-when-switching)