HIV, IST e Outros

Maioria das pessoas que vivem com HIV aceita a vacina contra a Covid-19, dizem estudos

Por Jacinto Corrêa

Pesquisas realizadas em diversos países apontam boa aceitação da vacina contra a Covid-19 entre as pessoas que vivem com o HIV. Dados de estudos finalizados em diversos países foram apresentados na 18ª Conferência Europeia de Aids, ocorrida de forma virtual em outubro de 2021.

O maior dos estudos, conduzido por Jamile Ballivian, da Helios Salud, em Buenos Aires, foi realizado na Argentina com 1.486 pessoas vivendo com o HIV. Oitenta e quatro por cento dos participantes disseram que tomaram ou tomariam a vacina por recomendação de um profissional de saúde, enquanto 79% relataram que acatariam uma determinação do governo. Informações sobre a segurança dos imunizantes foram cruciais para aqueles que ainda estavam hesitantes sobre a importância da vacinação.

Liderada por Konstantinos Potopapas, da Faculdade de Medicina de Atenas, uma pesquisa com 298 pessoas atendidas em uma clínica de HIV na capital grega também apresentou resultados satisfatórios. Oitenta e um por cento dos entrevistados disseram estar dispostos a serem vacinados ou já o haviam feito. Entre os que estavam em dúvida, os principais motivos citados foram as vacinas ainda não terem sido suficientemente testadas e a preocupação com efeitos colaterais.

Em um ensaio semelhante, conduzido por Yagci-Caglayik, da Universidade de Marmara, em Istambul, com 40 pessoas que usam os serviços de HIV na capital da Turquia, 70% já haviam sido vacinadas, percentual maior do que a taxa nacional de 59%. Tal como na Grécia, homens e pessoas com níveis de escolaridade mais elevado mostraram-se mais dispostos a aceitar o imunizante. Crenças religiosas não foram associadas à hesitação vacinal.

Quinhentas e quarenta e uma pessoas vivendo com o HIV foram incluídas em um estudo, apresentado na conferência por Rahma Mohamed, da Universidade do Cairo, realizado no Egito, Arábia Saudita e Tunísia. Cerca de 65% dos participantes afirmaram que aceitariam a vacinação ou que já haviam sido vacinados. Morar em área rural foi o único fator demográfico associado adúvidas em relação à vacina.

Conduzida por Daya Nayagam, do King’s College Hospital, em Londres, outra pesquisa apresentada na conferência sobre o tema contou com a participação de jovens que vivem com o HIV e frequentam clínicas de saúde na capital inglesa. Embora tenha sido realizada com apenas 22 participantes, a pesquisa destaca-se por ser a única composta, em sua maioria, por mulheres. Setenta e cinco por cento das pessoas já haviam recebido pelo menos uma dose da vacina. Entre aquelas que estavam hesitantes, a falta de informações sobre pesquisas, os efeitos colaterais e os efeitos de longo prazo para a saúde foram as principais preocupações.

O impacto das recomendações de médicos e profissionais de saúde em geral foi um tema recorrente em todos os estudos. Além disso, como a segurança percebida parece ser o principal fator de aceitabilidade da vacina, ampliar a informação a pessoas que vivem com o HIV provavelmente resultará em um aumento na procura pelos imunizantes em todo o mundo.

Fonte: site do Aidsmap, de 5 de novembro, de 2021.

(https://www.aidsmap.com/news/nov-2021/most-people-hiv-accept-covid-19-vaccination-more-safety-information-would-help-those)