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PrEP injetável de ação longa pode ser aprovada no início do próximo ano

A Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, agência equivalente à Anvisa no Brasil, aceitou o novo pedido da ViiV Healthcare relativo ao registro do cabotegravir injetável para a profilaxia pré-exposição (PrEP), concedendo o status de revisão prioritária até o final de janeiro de 2022. Isso significa que as injeções de ação prolongada administradas a cada dois meses poderão, em breve, oferecer uma nova opção para a prevenção do HIV.

Se definitivamente aprovado, o cabotegravir injetável será a primeira opção de prevenção do HIV de longa ação. Dois estudos recentes, o HPTN 083 e o HPTN 084 mostraram que essa medicação injetável tem eficácia ainda superior aos comprimidos orais atualmente utilizados como PrEP.

O HPTN 083 envolveu 4.566 homens cis e mulheres trans que fazem sexo com homens nos Estados Unidos, América Latina, Ásia e África. O estudo, que começou em dezembro de 2016 e tinha previsão de ir até março de 2022, foi interrompido em maio de 2020 após uma análise provisória comprovar que as injeções de cabotegravir funcionavam tão bem quanto as pílulas diárias. Outros resultados, apresentados na Conferência Internacional de Aids de 2020 e publicados no The New England Journal of Medicine, apontaram que a infecção por HIV nas pessoas que receberam injeções de cabotegravir foi 66% menor do que naquelas que tomaram a medicação oral de PrEP.

Já o HPTN 084 comparou as injeções de cabotegravir com o Truvada diário para mais de 3 mil mulheres cis, principalmente jovens na África Subsaariana. Esse estudo começou em novembro de 2017, com previsão de término para maio de 2022, também sendo interrompido antes, logo após uma análise provisória constatar que as injeções eram mais eficazes. Os resultados apontaram que as mulheres designadas aleatoriamente para receber as injeções tinham um risco 89% menor de adquirir o HIV em comparação àquelas que usavam pílulas diárias. Um acompanhamento posterior, apresentado na Conferência IAS sobre a Ciência do HIV de 2021, mostrou que o cabotegravir foi ainda mais eficaz.

Em ambos os ensaios, as injeções de cabotegravir foram seguras e bem toleradas. O efeito secundário mais comum foram reações no local da injeção, incluindo dor, vermelhidão ou inchaço. Embora a maioria dos participantes tenha relatado tais reações, poucos interromperam o tratamento por esse motivo. Em outros estudos, a maioria das pessoas que experimentou os comprimidos de PrEP e as injeções de cabotegravir relatou preferir o último.

O FDA definiu 24 de janeiro de 2022 como a data-alvo de aprovação e as clínicas dos Estados Unidos já se preparam para oferecer a nova opção de prevenção ao HIV.

Fonte: POZ de 28 de setembro de 2021https://www.poz.com/article/injectable-prep-approved-early-next-year