Espaço HSH PrEP, HSH e trans

Estudo investiga o conhecimento de HSH colombianos sobre a PrEP

Estudos mostram que gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) continuam a ser desproporcionalmente afetados pelo HIV. Nesse sentido, uma combinação de estratégias preventivas, incluindo a profilaxia pré-exposição (PrEP), é urgentemente necessária para reduzir a taxa de novos diagnósticos de HIV em todo o mundo. O PrEP-COL, estudo financiado pelo Ministério da Ciência da Colômbia e liderado por Héctor F. Mueses-Marín, da Corporación de Lucha Contra el SIDA, de Cali, e investigadores de outras instituições, buscou avaliar o conhecimento a respeito da PrEP entre os HSH naquele país.

A inscrição ocorreu de abril a outubro de 2020, de forma on-line e aberta, com o link da pesquisa sendo distribuído também para organizações HSH que, por sua vez, compartilharam em suas redes sociais. Os participantes eram elegíveis quando autoidentificados como HSH, residentes na Colômbia e com sorologia negativa para o HIV. De 584 pessoas que clicaram no questionário, somente 287 foram elegíveis, provenientes de 25 cidades colombianas. O perfil socioeconômico da amostra foi bastante variada, com destaques para a maioria recebendo mais de dois salários mínimos, 86% afirmando terem algum seguro de saúde e 90,6% com curso superior.

Um total de 72% disse ter ouvido falar da PrEP. Os participantes conheciam o propósito da profilaxia (78%), sua eficácia (74%) e que ela não previne outras infecções sexualmente transmissíveis (72%), mas seu conhecimento sobre a importância do monitoramento e adesão, por exemplo, foi baixo. A disposição para usar a PrEP se manteve alta (86%) e 63,7% indicaram intenção de iniciá-la.

Em relação à intenção e vontade de usar a profilaxia, foram apontadas duas questões: o grau de dificuldade para tomar o medicamento e o comparecimento às consultas de acompanhamento. Esse achado traduz a importância que precisa ser dada à adesão à profilaxia e ao acesso aos cuidados de saúde como facilitadores para o uso da PrEP, principalmente em razão da estrutura limitada do sistema público de saúde da Colômbia. A expansão da PrEP impõe uma discussão mais ampla, incluindo temas como saúde sexual, adesão ao uso de preservativo, monitoramento e teste de HIV.

Curiosamente, ter dificuldade em pagar pelo medicamento não foi relatado como uma barreira, descoberta que contrasta com outros estudos em que o custo era um fator prejudicial à adoção da PrEP.

Este foi o primeiro estudo entre HSH colombianos e que pode ser incorporado em futuras intervenções de PrEP para essa população.Os resultados oferecem percepções sobre as relações entre as motivações e as intenções de uso da profilaxia e podem fornecer uma base para o desenvolvimento de intervenções para a sua oferta adequada.Indicam, também, ser essencial fornecer informações precisas sobre a PrEP em futuras campanhas de educação.

Fonte: Hindawi de 8 de setembro de 2021

https://www.hindawi.com/journals/art/2021/4789971/