Relatório revela como público do Reino Unido se relaciona com o HIV
Um novo relatório do National AIDS Trust, do Britain Thinks e da Fast-Track Cities London, revela um conhecimento irregular sobre o HIV, pouca consciência sobre novidades importantes, como Indetectável = Intransmissível (I = I) e a profilaxia pré-exposição (PrEP), além de percepções estigmatizantes de pessoas que vivem com o vírus no Reino Unido. Os resultados também revelam visões “confusas e contraditórias”. As três entidades conduziram, em 2020, uma pesquisa on-line, nacionalmente representativa, com mais de 3 mil pessoas. Foram identificadas seis descobertas principais:
1 – A maioria do público não ouve muito sobre HIV
Grande parte dos entrevistados relatou só ouvir sobre HIV ocasionalmente. Programas de TV e filmes foram citados como a forma mais comum de se ouvir falar sobre o vírus, embora apenas 21% dos entrevistados se lembrassem de pelo menos um. Cerca de seis em cada 10 pessoas relataram não ter ouvido nada sobre HIV nos últimos seis meses.
2 – O conhecimento sobre HIV é irregular entre o público em geral.
A consciência das práticas de alto risco de transmissão, como sexo desprotegido ou compartilhamento de seringas, é grande entre os participantes. No entanto, 57% dos entrevistados apresentaram um conhecimento considerado mediano sobre a transmissão do HIV, comumente identificando pelo menos uma prática que não representa risco algum.
O conhecimento acerca do I = I é baixo, com 57% acreditando ser falso que um tratamento eficaz possa prevenir a transmissão do vírus. Apenas 25% dos entrevistados sabem da existência de medicamentos como a PrEP, que podem impedir alguém de adquirir o HIV.
3 – O HIV continua sendo visto com um problema sério de saúde.
Cerca de 48% dos entrevistados pensa no vírus como um problema sério de saúde, com destaque para os homens negros (69%). No entanto, existe um forte sentimento geral de que o HIV é uma questão menos séria agora do que foi no passado.
4 – A maioria do público diz ter empatia com as pessoas que vivem com HIV.
Aproximadamente 85% concordam que as pessoas que vivem com HIV merecem o mesmo apoio e respeito dados àqueles que vivem sob outras condições de saúde. Apresentaram maior probabilidade de concordar com essa afirmação os que reconhecem as barreiras existentes contra as pessoas LGBT, bem como os que têm conhecimento alto ou médio sobre transmissão do HIV e PrEP.
5 – O estigma em relação às pessoas que vivem com HIV continua a existir e é considerado enraizado.
A maioria do público acredita que, nos tempos atuais, a sociedade é mais positiva em relação às pessoas que vivem com HIV do que era antes. No entanto, os/as LGBT e aqueles que conhecem pessoalmente alguém que contraiu o vírus se mostraram mais propensos a discordar dessa afirmação.
6 – A maioria do público diz que não se sentiria confortável em ter uma relação sexual com alguém que vive com HIV.
Apenas 3% dos participantes indicaram que não sentiriam desconforto em manter relações sexuais com uma pessoa que vive com o vírus. As preocupações sobre isso centram-se em dois temas principais: o risco de contrair o HIV e o estigma e julgamento de outras pessoas.
Jane Anderson, da Fast-Track Cities London, no lançamento do relatório, afirmou: “Embora seja apenas o começo, agora sabemos quais são os nossos principais desafios. Pode parecer pouco, mas é um avanço importante”.
Fonte: site do Aidsmap, de 30 de julho de 2021.
(https://www.aidsmap.com/news/jul-2021/hiv-has-changed-public-knowledge-and-attitudes-lag-behind)
Link para o relatório: https://www.nat.org.uk/publication/hiv-public-knowledge-and-attitudes