Imbokodo: ensaio de eficácia de vacina contra o HIV é encerrado por não proteger mulheres
No dia 30 de agosto, Lawrence Corey, da HIV Vaccine Trials Network, informou à revista Science que o estudo Imbokodo, um dos principais ensaios de eficácia de vacina anti-HIV em curso, chegou prematuramente ao seu fim. O motivo: a vacina não protegeu suficientemente as mulheres em cinco países da África Austral.
Também conhecido como HVTN 705, o Imbokodo testou uma vacina chamada Ad26.Mos4.HIV. Assim como as vacinas da AstraZeneca e da Johnson & Jonhson para a Covid-19, o imunizante usava um vetor de adenovírus projetado – um parente inofensivo do vírus do resfriado comum – para fornecer um mosaico de imunógenos de HIV otimizados, ou antígenos que estimulam respostas imunes amplas o suficiente para gerar proteção contra diversas cepas do vírus.
O estudo recrutou 2.637 mulheres da África Australentre 18 e 35 anos. Essa era a população com maior risco de contrair o HIV na região. As participantes, que residiam no Malauí, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue, receberam quatro injeções, da vacina ativa ou de placebo, ao longo de um ano.
Vinte e quatro meses após as participantes terem recebido suas primeiras doses, os pesquisadores descobriram que 63 das 1.109 voluntárias que receberam o placebo contraíram o vírus, enquanto 51 das 1.079 mulheres que receberam a vacina ativa também testaram positivo para o HIV. As demais não completaram o tratamento. Essa análise demonstrou uma estimativa de eficácia de 25,2%, número muito abaixo dos 50% que os pesquisadores buscavam como proteção mínima.
As participantes que testaram negativo ainda serão informadas do resultado. As mulheres que adquiriram o HIV foram encaminhadas para cuidados médicos e iniciaram o tratamento antirretroviral.
Fonte: site do Aidsmap, de 31 de agosto de 2021.