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Homens gays e bissexuais HIV negativos superestimam o fardo de viver com o vírus

Na Holanda, homens gays e bissexuais HIV negativos ou nunca testados superestimam as implicações psicossociais de viver com o vírus. As consequências para a saúde, o peso da revelação e o impacto sobre o sexo e os relacionamentos também foram superestimados, de acordo com estudo liderado por Hanne Zimmermann, da HIV Transmission Elimination  Amsterdam Initiative, publicado, em maio de 2021, na revista AIDS and Behavior.

Experiências de viver com o HIV foram coletadas em 18 entrevistas com homens gays e bissexuais com diagnósticos positivos entre 2014 e 2018. Os dados foram usados para desenvolver um questionário com 39 itens, distribuído de forma on-line para avaliar suas experiências de viverem com o vírus. Simultaneamente, participantes HIV negativos ou nunca testados foram questionados sobre suas percepções do que seria viver com o vírus.

As respostas de 1.510 homens que completaram a pesquisa foram incluídas na análise. Novecentos e cinquenta (63%) dos entrevistados eram HIV negativos, 438 (29%) viviam com o vírus e 122 (8%) nunca haviam sido testados.

A maioria dos que vivem com o HIV disse que a qualidade de suas vidas não mudou após o diagnóstico da doença, enquanto 14% relataram uma melhora e 17% uma piora. Quando questionados sobre a gravidade de ter HIV, 31% dos homens que vivem com o vírus disseram ser muito grave, em comparação com 76% dos homens HIV negativos e 83% dos nunca testados. Quando perguntados sobre tomar medicamentos antirretrovirais, 79% dos que vivem com HIV afirmaram que estavam acostumados a tomar comprimidos todos os dias, enquanto apenas 50% dos HIV negativos e 42% dos que nunca fizeram o teste disseram que se acostumariam com essa rotina.

Dezoito por cento dos participantes que vivem com o HIV relataram que frequentemente sentem um fardo emocional, enquanto a expectativa disso foi maior entre os homens gays e bissexuais HIV negativos (51%) e os nunca testados (56%). O medo de infectar amigos e colegas foi relatado por 24% dos entrevistados HIV negativos e 23% dos nunca testados, em comparação com 8% dos que vivem com o HIV.

Entre as conclusões, tanto os entrevistados HIV negativos quanto os nunca testados superestimam o peso da revelação. Sessenta e seis por cento dos que vivem com o HIV apontaram o fardo dessa revelação como baixo ou médio, enquanto 55% dos HIV negativos e 67% dos participantes nunca testados imaginavam que sentiriam uma alta carga emocional.

Fonte: site do Aidsmap, de 5 de julho de 2021.

(https://www.aidsmap.com/news/jul-2021/hiv-negative-gay-and-bisexual-men-overestimate-burden-living-hiv)

Link para o estudo: https://link.springer.com/article/10.1007/s10461-021-03281-1