PrEP: tecnologia de prevenção

Estudo desvenda fatores associados à descontinuidade no uso da PrEP na Alemanha

Fatores associados à interrupção da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na Alemanha incluem menor faixa etária, barreiras para obtenção do medicamento e preocupações com efeitos colaterais, afirmaram pesquisadores, em janeiro de 2021, na publicação on-line BMC Public Health. A pesquisa mostrou também que 19% dos ex-usuários da profilaxia relataram uso inconsistente de preservativo após a descontinuidade da PrEP, indicando alto risco de infecção pelo HIV.

Segundo os especialistas, embora o tenofovir/emtricitabina seja uma ferramenta eficaz na prevenção ao HIV, os programas de PrEP só terão sucesso se os usuários permanecerem com a medicação. Há uma necessidade urgente de identificar as razões pelas quais as pessoas descontinuam a profilaxia.

Para isso, uma equipe liderada por Uwe Koppe, do Instituto Robert Koch, em Berlim, elaborou o estudo PrApp, que envolveu 4.848 usuários atuais e 609 ex-usuários de PrEP em território alemão. O recrutamento ocorreu em 2018 e 2019, sendo conduzido por meio de aplicativos de encontros, em sites da comunidade gay, em sites de testes de HIV anônimos e por meio do boca a boca. A maioria dos usuários atuais (89%) e ex-usuários (88%) identificou-se como do sexo masculino.

Os ex-usuários eram mais propensos a pertencer à faixa etária mais jovem do estudo, de 18 a 29 anos. A maior parte usou a PrEP por apenas três meses ou menos. Questionados sobras as razões para interromper o tratamento, cerca de ¼ disse que parou porque não desejava ingerir uma substância química, 24% expressaram medo de efeitos colaterais e 23% afirmaram que não queriam tomar uma pílula diária.

Outros motivos incluíram ter contraído infecção sexualmente transmissível (11%), não se sentir protegido pela PrEP (8%), pensar que usar a profilaxia é imoral (6%), ser soropositivo (3%) e ter medo do estigma associado ao medicamento (2%).

“Para maximizar a persistência com a profilaxia, precisamos desenvolver estratégias para os usuários mais jovens, reduzir barreiras logísticas e desenvolver uma comunicação eficaz sobre o gerenciamento dos efeitos colaterais do medicamento”, comentam os pesquisadores. “São necessárias também estratégias de prevenção para as pessoas que interrompem a PrEP, uma vez que muitas permanecem em alto risco de HIV”.

Fonte: site do Aidsmap, de 25 de janeiro de 2021.

(https://www.aidsmap.com/news/feb-2021/younger-age-problems-obtaining-prep-and-worries-about-side-effects-among-factors)

Link para o estudo: https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-021-10174-4