Cabotegravir e rilpivirina injetáveis podem suprimir carga viral do HIV por até dois anos
As injeções de cabotegravir e rilpivirina de longa duração, tomadas em intervalos regulares, podem manter a supressão viral do HIV por até dois anos. Esse foi o resultado de um estudo de acompanhamento apresentado na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI 2021), realizada virtualmente de 6 a 10 de março.
Baseados nessa evidência e na descoberta do estudo ATLAS, publicado em 2019, de que os níveis de cabotegravir e rilpivirina são mantidos no corpo humano por mais de um mês, pesquisadores resolveram testar um novo regime, com injeções desses medicamentos a cada dois meses. Ao novo estudo foi dado o nome de ATLAS-2M.
O ATLAS-2M incluiu 654 participantes vivendo com HIV e carga viral indetectável, que usavam esquema oral diário, e 391 pessoas que tomavam injeções mensais de cabotegravir/rilpivirina. No total, mais de 70% dos voluntários eram homens, com média de idade de 42 anos e contagem de CD4 média acima de 600.
Os participantes foram aleatoriamente designados para receber injeções de 400mg de cabotegravir e 600mg de rilpivirina a cada quatro semanas ou 600mg de cabotegravir e 900mg de rilpivirina a cada oito semanas. Isso após um período de indução oral de duas semanas com ambos os medicamentos.
Após dois anos, 90,2% dos participantes no grupo de uma vez por mês e 91% nogrupo de dois em dois meses mantiveram a supressão viral, mostrando que os esquemas permaneceram eficazes. Apenas dois participantes do grupo de uma vez por mês (0,4%) e nove no grupo de meses alternados (1,7%) apresentaram falha virológica confirmada, definida com duas medições consecutivas de carga viral acima de 200.
Um dos dois participantes com falha virológica no grupo de uma vez por mês apresentou mutações virais associadas à resistência à rilpivirina. Ambos tiveram mutações de resistência ao inibidor da integrase. Sete pessoas no grupo de meses alternados tiveram resistência à rilpivirina e duas apresentaram resistência ao inibidor da integrase.
Fonte: site do Aidsmap, de 12 de março de 2021.