Pesquisa internacional mostra o impacto da Covid-19 nas comunidades LGBT
Uma pesquisa internacional realizada com o público LGBT em mídias sociais e aplicativos de encontro analisou as medidas introduzidas em resposta à pandemia de Covid-19 e o impacto produzido na saúde e na economia dos entrevistados. O trabalho, realizado durante o pico da pandemia, nos meses de abril e maio, foi apresentada por Erik Lamontagne, da Unaids, na 23ª Conferência Internacional de Aids, realizada virtualmente de 6 a 10 de julho, diretamente de São Francisco (EUA).
Mais de 20 mil pessoas de quase 140 países participaram da pesquisa. Houve participações particularmente grandes da Rússia (5.429 respostas) e da Turquia. França, Brasil, Tailândia e Indonésia também tiveram um número significativo de respostas.Três quartos dos entrevistados disseram estar parcial ou totalmente confinados, 12% reportaram viver com HIV ser HIV+ e 16% desconheciam o seu status sorológico. Daqueles que vivem com HIV, 94% disseram estar em tratamento.
Embora 72% tenham respondido que não interromperam o tratamento para o HIV, 21% informaram que tiveram o acesso limitado ou complicado. Sete por cento disseram correr risco iminente de ficar sem antirretrovirais e 42% afirmaram que tinham a quantidade para um mês ou menos de remédios.
Em termos econômicos, 13% relataram que perderam o emprego, 21% responderam que se sentiam em risco de perder o emprego e 23% contaram que não se sentiam seguros no trabalho. Treze por cento dos entrevistados usavam o trabalho sexual como fonte ou complemento de renda antes da Covid-19, mas apenas 2% continuaram a fazê-lo durante a pandemia. Onze por cento disseram ter perdido uma renda importante devido à interrupção do trabalho sexual.
Sobre a prevenção do HIV, mais de 40% afirmaram ter acesso ao autoteste, PrEP e PEP. Apenas 7% disseram não ter acesso a preservativos – no entanto, a pesquisa não perguntou se essa acessibilidade havia diminuído durante a pandemia. Descobriu-se também que as pessoas que se descreveram como pertencentes a minorias raciais ou étnicas possuíam acesso mais limitado à prevenção.
Fonte: site do Aidsmap, de 14 de julho de 2020.
(https://www.aidsmap.com/news/jul-2020/survey-shows-impact-covid-19-lockdown-lgbt-communities)