Covid-19 e fornecimento de medicamentos de HIV no mundo
Durante a pandemia de coronavírus, permitir que pessoas clinicamente estáveis em tratamentos do HIV retirem medicamentos suficientes para três ou seis meses de tratamento – minimizando visitas desnecessárias a unidades de saúde – é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), UNAIDS, Sociedade Internacional de Aids e PEPFAR. No entanto, um terço dos países não permite esse tipo de prescrição, de acordo com análise publicada pelo Instituto O’Neill de Direito Nacional e Global da Saúde, da Universidade de Georgetown (EUA).
Antes da pandemia, a OMS já recomendava que adultos, crianças, adolescentes e mulheres grávidas e lactantes, clinicamente estáveis, pudessem se beneficiar de prescrições e recargas de vários meses. A necessidade de implementação dessa recomendação tornou-se ainda mais urgente devido ao distanciamento social.
O Instituto O’Neill analisou documentos de políticas nacionais (diretrizes nacionais de tratamento para o HIV) de 126 países, para averiguar se essas nações permitiam a entrega de medicamentos necessários para três e seismeses de tratamento. O Instituto também analisou se as políticas nacionais definiam claramente quem é considerado estável na terapia antirretroviral e, portanto, elegível. Se não houvesse documentos de políticas nacionais disponíveis, os pesquisadores analisavam fontes secundárias, incluindo a OMS, UNAIDS e PEPFAR.
Dos países com dados disponíveis, apenas 63% e 23% permitiam prescrições de três e seis meses, respectivamente. O maior índice de cumprimento da recomendação foi encontrado nos países do sul e do leste do continente africano.
As nações de alta renda parecem ser mais lentas na implementação da prescrição de vários meses. Dos cerca de 30 países pesquisados, apenas 39% permitem prescrições de três meses e somente19% permitem prescrições de seis meses.
Fonte: site do Aidsmap, de 12 de maio de 2020.