Terapia hormonal é eficaz contra depressão em mulheres transgênero e pessoas não-binárias
Nos Estados Unidos, mulheres trans e pessoas não-binárias costumam registrar altas taxas de depressão. A terapia hormonal de afirmação de gênero está associada a melhores resultados de saúde mental, mas os ensaios clínicos existentes sobre o tema ainda carecem de maior diversidade de amostra.
Os resultados do estudo LEGACY, publicados em 17 de março de 2025 na revista JAMA Network, apontam o uso da terapia hormonal de afirmação de gênero como uma intervenção capaz de reduzir sintomas de depressão de moderados a graves entre mulheres trans e pessoas não-binárias norte-americanas. A análise foi conduzida por Sari Reisner, da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores.
A análise, realizada de 2015 a 2019, incluiu participantes que frequentavam centros de saúde comunitários nas cidades de Boston e Nova York. Foram consideradas elegíveis para a pesquisa mulheres transgênero e pessoas não-binárias, maiores de 18 anos, que tivessem participado de pelo menos uma visita clínica nos 12 meses anteriores à inclusão.
Um total de 3.592 participantes foram incluídos na análise, dos quais 1,3% eram asiáticos, 11,7% negros, 16,1% latinos, 63,1% brancos e 6,8% multirraciais. Além disso, 18,9% eram não- binários, 52,1% se encontravam abaixo da linha da pobreza, 34,2% possuíam seguro saúde, 10,1% viviam com HIV e menos de 5% tomavam a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. A média de idade da amostra foi de 28 anos.
A maioria (85,4%) recebeu uma prescrição para terapia hormonal de afirmação de gênero e 15,3% informaram sintomas de depressão de moderados a graves no decorrer do estudo. Ao final do período de acompanhamento, os voluntários que receberam a terapia hormonal de afirmação de gênero tiveram um risco significativamente menor de apresentar sintomas de depressão de moderados a graves quando comparados com aqueles não a receberam.
Segundo os autores, a terapia hormonal de afirmação de gênero foi altamente associada a menores taxas de sintomas depressivos em mulheres trans e pessoas não-binárias. Eles ressaltam que novas pesquisas são necessárias para que essas descobertas possam ser ratificadas.
Fonte: site da JAMA Network, de 17 de março de 2025.
(https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2831643)