PrEP: tecnologia de prevenção

Monitoramento on-line e semestral do uso de PrEP funciona tão bem quanto abordagem padrão

Embora em diversos países da Europa o monitoramento da adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV seja comumente realizado de forma presencial e a cada três meses, essa configuração pode se tornar onerosa para alguns usuários, especialmente aqueles em situação de maior vulnerabilidade.

O objetivo principal de estudo conduzido por Marije Bruinderink, da Public Health Services, em Amsterdã, na Holanda, e outros pesquisadores, foi avaliar a eficácia do monitoramento on-line e semestral de adesão à PrEP, em comparação com o monitoramento trimestral presencial em clínicas. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 32ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas 2025 (CROI), realizada de 9 a 12 de março, em São Francisco, nos Estados Unidos.

Os participantes, que frequentavam três centros de saúde pública da Holanda, foram divididos em quatro grupos: 1) com monitoramento na clínica a cada três meses, 2) com monitoramento na clínica a cada seis meses, 3) com monitoramento on-line a cada três meses, e 4) com monitoramento on-line a cada seis meses. Foram considerados elegíveis para o estudo gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e pessoas transgênero/não binárias, maiores de 18 anos, que utilizavam a PrEP oral diária há pelo menos seis meses.

De setembro de 2021 a agosto de 2022, 469 voluntários (117 no grupo 1, 114 no grupo 2, 119 no grupo 3 e 119 no grupo 4) foram incluídos na pesquisa. Durante o período de 18 meses, 816 casos de atos sexuais desprotegidos (sexo anal sem preservativo, com baixa adesão à PrEP) foram relatados, o que representou uma taxa de 1,13 casos por pessoa-ano de acompanhamento.

No final do estudo, a incidência de casos de atos sexuais desprotegidos foi menor entre os participantes com monitoramento on-line quando comparados com os voluntários com monitoramento feito nas clínicas. Não foi registrada diferença significativa na incidência de atos sexuais desprotegidos entre as pessoas monitoradas a cada três meses, em comparação com aquelas monitoradas a cada seis meses.

De acordo com os autores, o monitoramento de adesão à profilaxia realizado de forma on-line e semestral não se mostrou inferior ao monitoramento trimestral presencial na clínica. Eles apontam que o monitoramento on-line a cada seis meses pode ser implementado com segurança como parte dos programas de PrEP para HSH, pessoas transgênero/não binárias e populações-chave em geral.

Fonte: site da CROI, de 10 de março de 2025.

(https://www.croiconference.org/abstract/898-2025/)