HIV, IST e Outros

Anticorpos neutralizantes podem manter o controle viral em pessoas que interrompem a TARV

O período em que anticorpos amplamente neutralizantes (bloqueadores da entrada de vírus em células saudáveis) podem manter o controle viral em pessoas que interrompem a terapia antirretroviral (TARV) do HIV permanece desconhecida.

O estudo RIO, conduzido por Sarah Fidler, do Imperial College, em Londres, no Reino Unido, e outros pesquisadores, examinou a frequência e a durabilidade do controle viral com anticorpos amplamente neutralizantes, em comparação com placebo, entre pacientes que vivem com HIV. A análise foi apresentada, em forma de pôster, na 32ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 9 a 12 de março de 2025, em São Francisco, nos Estados Unidos.

De julho 2022 a outubro de 2024, os participantes do estudo, que tinham de 18 a 60 anos, residiam no Reino Unido e haviam iniciado precocemente o tratamento do HIV, foram divididos em dois grupos, ambos com 34 integrantes: grupo A, que receberia até duas injeções intravenosas de anticorpos amplamente neutralizantes, e grupo B, que receberia injeções intravenosas de placebo. Todos interromperam a TARV no momento da inclusão na análise.

Na 20ª semana de acompanhamento, um total de 26 voluntários mantiveram a supressão viral (22 do grupo A e quatro do B). Os participantes que receberam injeções de anticorpos amplamente neutralizantes tiveram 91% menos probabilidade de apresentar um rebote viral quando comparados com aqueles que receberam placebo.

Nas semanas 48 e 72, 13 e sete pessoas, respectivamente, do grupo A mantiveram a supressão viral, enquanto três e dois voluntários, respectivamente, do B também controlaram o vírus no mesmo intervalo de tempo. Seis participantes do grupo A conseguiram manter o vírus suprimido após a 72ª semana.

Para os autores, os anticorpos amplamente neutralizantes se mostraram seguros e melhoraram significativamente o controle viral na ausência da TARV em comparação com o placebo. Eles afirmam que novas pesquisas são necessárias para que essas importantes descobertas possam ser ratificadas.

Fonte: site da CROI, de 9 de março de 2025.

(https://www.croiconference.org/abstract/3760-2025/)