A proporção de adultos vivendo com HIV com coinfecção por hepatite C, no México, era pouco conhecida até o início desta década. Estudo liderado por Pablo Belaunzarán-Zamudio, do Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, na Cidade do México, e outros pesquisadores, teve como objetivo estimar a prevalência dessa doença em adultos vivendo com HIV no país. O ensaio foi publicado, em 1° de janeiro de 2025, na revista The Lancet Regional Health.

Os investigadores coletaram, de maio de 2020 a fevereiro de 2023, amostras semestrais de sangue de um total de 2.545 adultos vivendo com HIV, que recebiam cuidados de saúde em 24 centros de atendimentos, localizados em oito regiões sociodemográficas do México. A maioria era de homens (75,8%) e brancos (88%), com média de idade dos voluntários de 37 anos. Ao final do período de acompanhamento, a prevalência registrada de hepatite C foi de 3,9%.

Dos 99 participantes vivendo com HIV e com coinfecção por hepatite C, 39 (40%) apresentaram sintomas de moderados a graves da doença, enquanto os demais tiveram sintomas leves ou ficaram assintomáticos. A prevalência de hepatite C foi maior entre pessoas que fazem uso de drogas injetáveis (49,3%), pessoas ex-usuárias  de drogas injetáveis (22,3%), pessoas privadas de liberdade (9%) e pessoas com tatuagens (5,9%).

De acordo com os resultados, a prevalência de hepatite C entre adultos vivendo com HIV no México é dez vezes maior do que a incidência da doença na população em geral. Os autores ressaltam que o programa nacional para a eliminação da hepatite C deve ter como alvo prioritário as pessoas que utilizam drogas injetáveis ou que estão privadas de liberdade.

Fonte: site da The Lancet Regional Health, de 1° de janeiro de 2025.

(https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(24)00292-8/fulltext)