Estudo aponta que imigrantes apresentam resultados preocupantes em relação ao HIV na Europa
Os imigrantes que buscam países da Europa para viver tendem a enfrentar desafios socioeconômicos severos que podem resultar em uma maior prevalência do HIV e no acesso limitado aos cuidados de saúde. Esse é o principal resultado de um estudo de revisão sistemática, publicado, em 12 de dezembro de 2024, na revista The Lancet HIV, que buscou examinar os resultados relacionados ao vírus entre esses imigrantes. O ensaio foi conduzido por Francesco Segala, da Universidade de Bari, na Itália, e outros pesquisadores.
Os investigadores identificaram, de junho de 2016 a março de 2024, 1.316 estudos realizados em diversos países da Europa, dos quais apenas 19 foram incluídos na revisão. Os 104.676 participantes dessas pesquisas eram, em sua maioria, homens e viviam com HIV há, em média, 7,5 anos.
Uma das descobertas do estudo aponta que os imigrantes que viviam com o vírus possuíam risco de morte em decorrência do HIV semelhante quando comparados aos europeus. No entanto, as probabilidades de descontinuidade da terapia antirretroviral, de perda do acompanhamento médico, de falha virológica e de progressão para aids eram significativamente maiores entre os imigrantes.
Uma subanálise que levou em consideração somente os imigrantes e seus países de origem revelou que os africanos apresentavam os piores e os australianos os melhores resultados em relação ao tratamento do HIV.
Para os autores, a situação dos imigrantes que vivem com o vírus na Europa é preocupante. Afirmam que novas intervenções são necessárias e urgentes a fim de promover o acesso dessa população aos cuidados de saúde.
Fonte: site da The Lance HIV, de 12 de dezembro de 2024.
(https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(24)00210-8/abstract)