Gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) têm a maior prevalência de HIV entre todas as populações-chave da Nigéria. Embora a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV nas modalidades oral diária e injetável de longa duração ofereça segurança e eficácia na prevenção do vírus, a sua aceitação ainda não foi amplamente investigada no país.

Conduzido por Mobolan Balogun, da Universidade de Lagos, na Nigéria, e outros pesquisadores, o estudo buscou avaliar o conhecimento, a percepção e as preferências de PrEP entre jovens HSH nigerianos. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 5ª Conferência de Pesquisa em Prevenção do HIV (HIVR4P 2024), realizada, de 6 a 10 de outubro, em Lima, Peru.

De junho a dezembro de 2023, 1.381 jovens HSH, HIV negativos e residentes em quatro estados da Nigéria, responderam a entrevistas baseadas em questionários elaborados pelos investigadores da análise. Os participantes tinham de 15 a 24 anos (média de idade de 21,8 anos), com cerca de 60% possuindo ensino superior completo.

Embora a maioria (60,9%) apresentasse algum conhecimento anterior sobre a PrEP oral, apenas 20,3% sabiam da existência da modalidade injetável da profilaxia. No momento da inclusão na pesquisa, 3,9% tomavam a PrEP oral.

Ao final do período de acompanhamento, 71,4% dos participantes expressaram vontade de utilizar a PrEP oral e 88,4% relataram a intenção de usar a modalidade injetável. Os principais benefícios percebidos foram a discrição, a eficácia do medicamento e a facilidade de uso em comparação com outros métodos de prevenção do HIV.

As preocupações mais comuns envolvendo a PrEP oral foram ter que tomar um comprimido diário (70,1%), os efeitos colaterais (49,2%) e a necessidade de visitas clínicas para recarga da profilaxia. Entre as maiores preocupações relacionadas à PrEP injetável, destacaram-se a dor no local da injeção (72,7%), os efeitos colaterais (64,7%) e o custo (48,8%).

De acordo com os autores, a maioria dos entrevistados possuía percepções positivas em relação à PrEP, com maior predileção pela modalidade injetável de longa duração. Eles ressaltam que o processo de implementação da profilaxia na Nigéria deve priorizar as preferências das populações-chave, incluindo os jovens HSH.

Fonte: site da HIVR4P 2024, de 10 de outubro de 2024.

(https://programme2024.hivr4p.org/Abstract/Abstract/?abstractid=833)