Lacunas na aceitação da PrEP na Itália
Estudo conduzido por Angelo Raccagni, da Universidade Vita-Salute San Raffaele, em Milão, na Itália, e outros pesquisadores, teve como principal objetivo avaliar a aceitação da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV entre pessoas elegíveis para o medicamento. O ensaio foi publicado, em 1° de janeiro de 2025, no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome.
Os investigadores consideraram elegíveis todos aqueles que residissem na Itália e tivessem um resultado negativo em seu primeiro teste de HIV, realizado, de janeiro de 2018 a dezembro de 2023, em unidades públicas de saúde do país. Praticar sexo sem preservativo com regularidade foi o outro critério de elegibilidade para o estudo.
Um total de 2.452 participantes foram incluídos na análise. Desses, 88% se identificavam como homens, 97% nascidos na Itália, 62% brancos e 51% com o ensino superior completo. A média de idade da amostra foi de 34,3 anos. Todos receberam informações sobre a PrEP e foram incentivados a iniciar o uso do medicamento.
No geral, 982 pessoas (40%) aceitaram começar a profilaxia, das quais apenas três eram do sexo feminino. A não aceitação da PrEP foi maior entre as mulheres e os participantes não brancos. Quase um quinto (18,7%) dos que optaram por não tomá-la foram diagnosticados com alguma infecção sexualmente transmissível (IST) durante o período de acompanhamento, sendo a gonorreia a mais comum (42%).
De acordo com os autores, a aceitação da PrEP na Itália foi considerada abaixo do esperado entre todos os públicos, mas especialmente reduzida entre as mulheres e pessoas de etnias não brancas. Eles afirmam que futuras intervenções voltadas à profilaxia devem priorizar essas populações, além daquelas pessoas que apresentem diagnósticos recorrentes de IST.
Fonte: site do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, de 1° de janeiro de 2025.